sexta-feira, 20 de julho de 2007

Sabe aquela planilha que eu te pedi há dois meses e você já fez? Então, faça umas florzinhas de moldura...




Estou escrevendo esse post enorme, mas não quero que pensem, por isso, que estou falando de alguém pelas costas (Que tipo de louco fala de alguém pelas costas num blog?).
Na verdade, não é exatamente sobre alguém específico mas, na verdade, sobre tudo. Sobre processos de trabalho e relacionamento profissional. Parece que é direcionado para alguém específico porque alguns de nós pisam na bola mais claramente que os outros, mas o objetivo aqui é apontar problemas (e, se Deus quiser, soluções), não culpados.

Fiz uma listinha (desculpe, adoooro). Portanto, vamos por tópicos:

1 – Sobre os Acordos

Precisamos combinar algumas coisas. Combinar para não gerar disse-que-disse entre as pessoas para as quais damos informações, e para não correr o risco de ninguém desautorizar ninguém. Há duas questões importantes nisso:
1.1. Só adianta combinar se for pra cumprir. Não adianta combinar A e fazer B. Se cada um for proceder como quiser frente às situações, pra que perdermos tempo conversando a respeito antes? Ou discutindo a melhor forma de fazer o que quer que seja?
1.2. Algumas coisas têm que ser padronizadas, outras não. E faz parte do nosso trabalho, usando da nossa inteligência e do nosso senso de oportunidade, decidir o que padronizar. Padronizar o atendimento ao cliente e não tanto o formato das aparas, por exemplo. Às vezes nos preocupamos muito com coisas pouco importantes e esquecemos ou negligenciamos as principais.

2 – Sobre as Intervenções

Claro que é ótimo intervirmos nos trabalhos uns dos outros, pois isso enriquece e muitas vezes agiliza nossos trabalhos. Mas até isso tem que ser feito com método. Questões:
2.1.Correção/Sugestões – Parte 1 – Quando um de nós escreve alguma coisa, podemos mostrar ao outros, para que possam corrigir/sugerir, de modo a melhorar o material antes de ser repassado para a magna chefia. Ótimo, lindo. No entanto, uma coisa é querermos mudar para dar mais informações, para ficar mais claro, enfim, com alguma finalidade institucional. Outra coisa é querermos inserir nosso estilo literário no documento do outro. Tipo mudar uma frase pra ficar do jeito que eu falaria, sem alterar em nada o sentido. Com que objetivo? O único jeito de um texto ter a sua linguagem é se você mesmo escrevê-lo.
2.2.Correção/Sugestões – Parte 2 – Quando um de nós abre a discussão sobre algum assunto ou pede alguma opinião, não somos obrigados a aceitar as sugestões que nos são dadas, mas pelo menos levá-las em consideração. Se A pergunta a B se um texto está claro e B diz q não, ao perguntar a C, a opinião de B deve ser no mínimo levada em consideração. Considerar essa opinião é respeitar a pessoa que a deu, porque a opinião não é baseada simplesmente na leitura do texto, mas em toda a formação (não só profissional) que aquela pessoa construiu ao longo da vida. Ignorando-a, você esta reduzindo essa construção a nada (Dá medo, não é? É pra dar mesmo). Se a opinião da outra pessoa é tão pouco importante, poupe-a da pergunta.

3 – Sobre as Interrupções/Sigilo

Precisamos repensar a forma como o pessoal de um setor interrompe o outro. Até mesmo num bar, as pessoas esperam o outro cliente terminar de pedir a cerveja para pedir a sua, mas tem lugar em que, seja reunião, conversa, conferência, alguém tem sempre a liberdade de chegar de longe já falando, interrompendo, a despeito da importância ou urgência do primeiro assunto. E, às vezes, esse assunto é uma coisa que nem é para ser divulgada para todo o pessoal, e quando assustamos, tem alguém com a cara por cima dos nossos ombros, participando de tudo.

4 – Sobre as Florzinhas na Moldura (pra você entender o título do post):

Gostaria de saber qual é o problema em ficarmos à toa. Não estou falando de empurrar as pendências para o lado, fingir que elas não existem e ficar à toa tendo coisas para fazer. Falo de ficar à toa porque não tem nada para fazer. Ócio absoluto, e não enrolação. Natural umas pessoas ficarem mais à toa que outras se, ao dividir a carga de trabalho igualmente, um demora uma semana e outro três horas para fazer o mesmo serviço. O que acontece é que tem gente que não pode ver o outro à toa. E não falo de pedir ajuda para fazer alguma coisa, mas sim de inventar atividades, no estrito estilo: “Faça qualquer coisa, só não fique à toa”. Tarefas sem finalidade nenhuma, do tipo: “Sabe aquela planilha que eu te pedi há dois meses e você já fez? Então, faça umas florzinhas de moldura...”

terça-feira, 10 de julho de 2007

SANTOS NO PLÁSTICO

Santos me deprimem. Não os santos em sentido estrito, não as pessoas deles. Adoro Nossa Senhora Desatadora de Nós, por exemplo. O que mata é a iconografia! Não agüento aquelas imagens! Principalmente as de barro. Aquelas de cara feia, que se não fosse pelo manto, seriam miniaturas de carrancas.
Que preguiça de casas cheias daquilo (Desculpe, vó, eu gosto de você mesmo assim).
Outro dia fiz uma visita (sem muitos detalhes, não quero que ninguém se identifique, apesar de ter acontecido mesmo) e o recinto continha umas imagens de santos envoltas em plástico individuais.
Não parecia nenhuma modalidade de tortura a Santo Antônio, embora eu não faça idéia de que santos fossem aqueles. Um deles, inclusive, parecia fêmea.
Só Deus. Mas isso não é importante. O importante é que os santos estavam envoltos em plástico. Um plástico fininho, tipo filme. Coisa mais estranha.
Pior do que ter santos é tê-los no plástico.

P.S.: Que os santos, no plástico ou não, nos ajudem a manter esse blog...