sexta-feira, 24 de agosto de 2007

NÃO! Tá bom, então, a pedido.


Adoro a palavra NÃO. Pretendo falar mais dela depois. Outro dia. Hoje tenho outro assunto.
Na verdade, nem ia postar hoje. Estou atolada de trabalho (mentirinha!) e com preguiça.
Só que recebi um pedido. Quase uma intimação. E contrariando minha própria política – normal -, vou ter que citar nomes.
Vou contextualizá-los.
Domingo foi o meu almoço anual com o meu pai. Sim, eu só almoço com meu pai uma vez por ano. Sim, moramos na mesma cidade. Não, não acho isso esquisito. Nada contra ele. Só é assim. Aceitem. Até eu aceito!
Então, foi super legal, fomos num restaurante ótimo, chamado K-bab. Não gosto de comida árabe, mas lá tinha uma coisas bem legais. E tinha carambola!!! Bom demais.
Minha tia paterna, que eu não via há mil anos, foi também. Adorei vê-la. Adoro ela. Ela tem a risada mais gostosa que já ouvi na vida. Meu pai levou também duas amigas. Uma das duas (espero que só uma) parece ser namorada dele. Não sei. Esse povo moderno...
Legais demais elas também. Peguei telefone e tudo. Altas chances de nos vermos sem meu pai, hihihi!
Papo vai, papo vem, começamos a falar de blogs. Passei o endereço do meu pra eles. Peguei o do meu pai. Descobri (e confirmei pelo blog dele) que ele está escrevendo um tratado sobre gírias (chama-se “A Fala dos Guetos” e se inspirou no meu jeito de falar. Pode? Eu falo tão normal!).
5 dias depois (hoje), meu pai me liga, praticamente exige que eu publique alguma coisa a respeito do domingo (tá aqui) e divulgue seu blog (ta aqui também:
http://blogdodimaslopes.blig.ig.com.br). To mesmo amolecendo, não consegui falar "não". Logo eu! Ninguém merece.
Só queria decidir o que postar e quando postar... Mas nem isso consigo! Enfim, tentei não escrever, mas deu 16h50’ e eu resolvi. Péssima hora, já era pra ter ido embora. Mas tudo bem. Agora nem consigo parar. Vamos lá:
Pro post não ficar muito pequeno (tamanho pra mim é documento. Mesmo se for de post), vou contar uma historinha: Eu trabalhava numa indústria muito bacana. Quando saí (eu pedi pra sair, tá!), tive que fazer uma audiometria para mensurar o quão surda eu tinha ficado ao trabalhar lá. Parêntesis: Só para informar: todos saem de uma fábrica um pouco mais surdos. Uns mais, outros menos. Principalmente quem passa seis meses lá. A medição da surdez adquirida lá se faz a partir da comparação do exame admissional com o demissional. Fecha.
Bom, estava lá eu na audiometria. A médica te coloca numa cabine fechada isolada acusticamente e pede pra você levantar a mão quando ouvir um som. O som é altamente esquisito, parece um zumbido. Claaaro que chega um ponto em que você não sabe se ouviu o zumbido, se é eco do zumbido anterior, se são as vozes te atormentando de novo ou se não é nada. Enfim. Toda hora que ouvia, levantava o braço, mesmo que não tivesse muita certeza. Daí passa um tempinho sem nenhum zumbido. Nem unzinho. Minhas costas chegavam a doer de expectativa. Me contive, esperei mais um tempinho, e nada de barulho. Pensei: “Essa mulher vai achar que eu sou surda” e levantei a mão. Ela se levantou rapidamente, abriu e cabine e perguntou, olhando pra mim como se tivesse visto um ET: “Você ouviu alguma coisa???”. É, aquele periodozinho em que eu não ouvi nada era porque não era pra ouvir nada mesmo. Acho que eu preferi passar por doida do que por surda...

P.S.: Agradeço a Paula por ter achado a ilustração pra mim na net. Nu, serviço demais aqui!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Me surpreenda!



Ontem foi um dia legal. Pra começar, inseriram um domingo no meio da minha semana. Bom demais. Foi um feriado religioso. Não sei do quê, só sei que não tive que trabalhar (Êêêêê!)
Então. Fui almoçar na casa de uma amiga que cozinha humilhantemente bem. Até bem pouco tempo atrás, ela ocupava o segundo lugar no meu ranking dos personal cozinhators, mas a que ocupava o posto vitalício do primeiro lugar não ocupa mais e, enfim, sempre que posso, vou lá saborear as delícias dela, cujo filho pode se dar ao luxo de recusar várias vezes ao dia. Mágico que ela, ainda que super mal-humorada e/ou triste, consegue fazer a comida maravilhosa como sempre.
Comi até quase ficar com sono. Não podia ficar com sono demais porque ia ver Ratatouille com a Vaidade. Para ir, quase me atrasei esperando os ônibus. E maldisse o feriado pela primeira vez. Chegando lá, uma fila kilométrica para comprar as entradas. Quase chegando à bilheteria, claaaro que elas se esgotaram. Inicialmente, íamos assistir o filme às 15h, mas tivemos que comprar entradas para as 17h30.
Fomos matar o tempo comendo no Eddie e fofocando. Muito. Das nossas próprias vidas, que fique bem claro. Depois pensamos em ir à Leitura, mas estava fechada e fomos às Lojas Americanas - quase igual. Não compramos quase nada. Mesmo. Só umas balinhas, chocolates, refri...
Então, hora do filme. Ao tropeçar nas dezenas de crianças entrando gritando, perguntei: “Quem teve a maldita idéia de virmos assistir um desenho dublado num cinema de shopping num feriado?” E tive o desprazer de ouvir a resposta: “Você!”.
Crianças gritando/chorando/rindo/comendo-chips-fedidos/comentando-o-filme/chutando-minha-cadeira à parte, o filme foi bom demais.
Sinto muito (mentira, não estou nem aí) por estar comentando um filme que já está rolando há tanto tempo, mas é que eu nunca vejo um filme muito perto da estréia. Tenho preguiça das estréias como tenho dos best-sellers, mas estes serão assunto de outro post.
Por falar nisso, quero dizer que pretendo ver Os Simpsons e também Primo Basílio dentro de umas três semanas, e devo postar algo a esse respeito aqui, falando bem ou mal. Ontem no filme morri de rir de uma parte em que Ego diz que é mais divertido fazer uma crítica falando mal. Não sei.
Falando nele, o Ratatouille não tem muito esse negocio de vilão. Não explicitamente. Tem o personagem que chega mais perto de ser o vilão, o chef Skinner, mas é inseguro demais pra isso, embora tente com afinco sabotar o mocinho. Tem também o crítico implacável, Ego, que parece um descendente da família Adams, mas nem é tão mau. Só o trabalho dele é que tem uma certa aura de terror. Tem também o sous-chef, um louro que não lembro o nome, mas cujo passado é intrigante. Vou parar de contar. Mentira, vou não.
Achei ótimo. Diferente. Tem umas discussões muito legais sobre valores, principalmente a lealdade. E ótimas musiquinhas.
Falando em lealdade, bom ver que meus amigos me conhecem. Seis pessoas me mandaram ver esse filme. Disseram que eu ia gostar. Duvidei, claro. Mas fui. E tenho que admitir que adorei.
Acho que alguns me mandaram assistir por causa de um sonho antigo que tenho de ser chef. (Não acredito que estou contando isso). Enfim, esse sonho, como tantos outros, vai ter que esperar. Por n motivos:

  • Não vou poder fazer um curso de gastronomia tão cedo.
  • Não vou poder ter um rato me orientando como no filme. Tenho medo de ratos. Nada pessoal. Tenho medo de ratos como o tenho de cachorros, vacas, rinocerontes, aves e insetos. Sem preconceito.
  • Me deu um certo pânico do que eu vou fazer quando eu for chef – se um dia eu for – se um crítico ou quem quer que seja, virar pra mim e disser: “Me surpreenda!”. Talvez eu consiga uma ou duas vezes, mas uma hora claro que não vai dar. Até me considero uma pessoa criativa, mas talvez não me acostume logo com esse negócio de “preciso de uma idéia brilhante” ou de “seja criativo agora!”. Acho mesmo que surtaria rapidinho num negócio desses. Porque não adiantaria chorar. A menos que eu usasse lágrimas como ingrediente para algum molho.

P.S.: O mocinho humano da história - o outro é o rato - se chama Linguini, um tipo de macarrão de que não sou muito fã. Mas ele é uma graça, de tão desengonçado. Parece até uma pessoa que eu conheço. Não falo quem é nem sob tortura. Agora sério, vou parar de falar do filme, senão as pessoas vão começar a dá-lo por assistido. Mas o Remy lavando a mão numa gota d’água é o máximo, não é?

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Foi bom para você... pena que eu não posso falar o mesmo!!! (com a variação: que bom que alguém está se divertindo!)


Levanta a mão quem nunca fez algo ou foi a algum lugar só para agradar o outro???
Outro dia fui ao teatro ver um espetáculo que se baseia nas obras de Chico Buarque - não sei em que mundo isso equivale a pegar as músicas dele, colocar uma atrás da outra e no final colocar um marmanjo mamando (literalmente e desnecessário) numa baixinha. Bem, posso dizer que se Chico estivesse morto estaria se revirando, como ele está vivo... preferia ser flagrado pegando a mulher alheia!
Você deve estar se perguntando: por que ela foi então? Ou, por que ela está falando sobre?
Respondendo... fui de graça... e em Diamantina, ou seja, o melhor que tinha no dia! E claro: para pagar de cult e agradar os chefes!
Mas vamos combinar né?! Uma coisa é você ir a um espetáculo sem pé nem cabeça que no final conta a história dos penteados e dá uma breve evolução dos tipos de cabelos só porque quer, a partir do non-sense, fazer uma crítica à "arte contemporânea". Outra coisa é você fazer um espetáculo sem o mínimo de bom senso e achar isso bonito, inserir cenas de nudez e bundas cheias de celulite só para incomodar a crítica! Se ainda eles cantassem! Não, eles são péssimos cantores... Naquele estilo: como cantores eles dariam bons bóias-frias! (porque como atores também eles não salvam!)
Ok, falei e não cheguei a lugar nenhum... rá! Aí que você se engana! Quem nunca foi num lugar do tipo festa de família/confraternização da empresa do namorado(a)/ apresentação teatral da sobrinha querida de 2 anos e teve que abrir aquele sorriso amarelo e dizer que estava adorando??? Quem nunca foi acampar, teve a pior experiência de todas e teve que ouvir seu(sua) acompanhante falando que foi incrível/maravilhosa e para não magoar apenas sorriu e concordou? (fica a dia: em caso de dúvida, sorria e concorde!) Levanta a mão aquele que nunca foi zoado por alguma coisa que fez (na hora pareceu uma boa idéia) e querendo matar aquele que te zoava, ficou pensando: "engraçado você hein? Que bom que alguém está se divertindo..."


Por fim, me despeço desejando a todos um Feliz Tim dos Pais!!!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Oi, estou ótimo hoje, você tem alguma crítica para mim?



Oi. Voltei. O último texto que postei foi bom. Bom demais pra esse blog. Não bom de qualidade, não me acho tanto assim – não sempre -, digo bom de bondade mesmo.
O sujeito entra num blog chamado “O Inferno Tem Porão!” e dá de cara com um texto dizendo “Adoro tal filme, adoro todo mundo que viu o filme comigo, adoro as borboletas e os passarinhos”... Ah, fala sério! Não que o que foi escrito seja mentira, mas já é hora de voltar à ranzinzice habitual.

Se bem que o último post foi o mais comentado de todos os tempos... Todos os tempos desse blog, claro. Será que isso quis dizer alguma coisa? Ah, não quero pensar nisso agora. Vamos lá.
Estava ocupadíssima em decidir se ia falar mal de alguém ou reclamar de como tudo dá sempre errado, mas não é que um tema me caiu do céu? Talvez tenha caído de outra parte qualquer, mas não importa.
Fato é que eu tive a infeliz idéia de emitir uma opinião não solicitada a uma pessoa. A opinião consistia, basicamente, em meter a ripa na forma como uma coisa estava sendo feita. Por isso era uma crítica. Crítica destrutiva é pleonasmo. O objetivo de toda crítica é destruir – ou pelo menos desconstruir – alguma coisa, mesmo que essa coisa esteja pedindo pra ser extirpada. O problema é que não é todo mundo que nota.
Pois então, sem que ninguém perguntasse, fui lá e fiz minha crítica. Eu e minha língua enorme que se recusa a parar dentro da boca. É mais forte que eu (chavão horroroso...). Não consigo ver um negócio dando totalmente errado e não fazer nada. Não falar nada, se for dos outros. Outros que eu goste, entenda-se. Se eu não gostar, deixo ele se ferrar pra lá. Não tenho tempo nem disposição para dar consultoria para o mundo inteiro. E não quero saber se a parte do mundo para o qual estou disposta não está interessada nos meus conselhos. E foi exatamente isso que causou a discórdia da semana.

Foi assim, falei com o tato de um ornintorrinco de patinete: "Olha, desse jeito não dá. Está, tipo... péssimo!" e o que tive como resposta para a crítica - algo sobre o momento ter sido inadequado para recebê-la - quase me fez me arrepender de ter dito. Atenção para o “quase”.

Questões que surgiram na minha mente:
1 – Qual é a hora em que a crítica não machuca?
2 – Se existe essa hora, como é que eu vou saber quando ela chegar?
3 – Tenho que esperar a pessoa me ligar dizendo: “Oi, estou ótimo hoje, você tem alguma crítica para mim?” e então aproveitar a oportunidade estragando o dia dela? Ou espero a pessoa estar num dia de cão, em que o pacote chuva+resfriado+assalto torna a pessoa mais propícia a receber uma crítica?

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Se é pra fazer, melhor fazer bem feito



Ontem vi Saneamento Básico, o filme. Bom demais. Amei. Ri um monte. Quem me sugeriu o filme foi um amigo de gosto cinematográfico duvidoso, um cara bacana, mas que gosta de Dogville, um dos filmes que encabeça a lista dos piores que já vi. Comecei a fazer na verdade uma lista dos melhores para postar aqui, mas ela começou a ficar enorme. Tenho que fazer uns cortes, uns ajustes, porque uma lista com quase 80 filmes é ruim até pra ler. A inspiração pra fazer a dos piores não tardou. É inclusive, temo eu, minha tendência natural. Mas essa está curtinha, tem só uns dez mesmo, gosto de muita coisa, inclusive do que passa na Sessão da Tarde. É sério.
Mas então, eu falava do filme de ontem, né? Bom, engraçado, leve, durou menos de duas horas – o que é um ponto positivíssimo para uma pessoa inquieta e impaciente como eu –, cheio de gente bacana que eu adoro.
Por falar em gente que eu adoro, fui assistir o filme com um amigo que eu adoro. Adoro muito mesmo, nem sei se ele sabe o quanto. Se não sabia, vai ficar sabendo agora. Tenho fortes razões pra acreditar que ele lê meu blog. Razões tipo... ele me disse.
Depois eu volto a falar do filme, vou falar mais dele. Então, sou super fã, de carteirinha mesmo, e é muito estranho porque consigo conversar com ele um monte, e não fico parecendo uma retardada sem ter noção do que fazer com minhas mãos (nem lembro que tenho mãos quando estamos conversando), como fico quando estou perto de outras pessoas de quem sou fã. E isso é muito bom. Ficar à vontade com quem a gente gosta.
Vamos voltar pro filme? Tive altas idéias ao vê-lo. Pena não ter levado um bloquinho de anotações. To brincando, não cheguei nesse nível de neurose ainda. Mas ótimos os diálogos, as brigas do casal, as discussões semânticas. Parei, não vou ficar contando todo o filme.
Teve uma frase no filme (não to contando o filme, preciso comentar a frase pra contextualizar o próximo assunto) que mexeu comigo. Mais que o resto. “Se é pra fazer, melhor fazer bem feito". Nesse momento tive um insight e decidi recomeçar a história que estou tentando escrever. Com noção. Bem feita.
Atenção: reescrever uma história não é uma metáfora para nada. É só mesmo o que está escrito. Sentido literal, sem firula. Mantenha o cérebro em ponto morto e releia a frase. Isso, viu? Simples. Só isso. Ipsis literis. Sem entrelinhas, mensagens subliminares ou o que for. Ficar tentando achar um sentido pra todas as coisas o tempo todo cansa.
Mas a dancinha do monstro do filme é ótima. Agora parei mesmo.