segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pois então, apareci


Fiz minha cirurgia no nariz e deu tudo certo. Fiz septoplastia (correção do desvio do septo nasal), turbinectomia (redução do volume das conchas nasais, que eram hipertrofiadas) e um negócio que esqueci o nome no esfenoide.
Tiraram duas carnes do tamanho de um dedo de cada narina minha. O médico procurou por fungos no meu esfenoide, mas não achou. Ele achou que os fungos fossem responsáveis pela esfenoidite que causa minha dor de cabeça perene, mas pelo visto nem por lá passaram. Tirou então uns pedaços pra mandar pro laboratório analisar. Até hoje não busquei.
Minha mãe veio cuidar de mim no pós-operatório. Fiquei ótima até o dia em que ela foi embora. No dia seguinte, tive febre. Pareço criança que mama no peito.
Fiquei na maior expectativa com a anestesia geral. Expectativa de morrer, é claro, já que a gente só descobre que anestesia não mata depois que volta. Se eu for fazer outra cirurgia, ficarei mais tranquila. Logo antes da cirurgia, minha pressão subiu muito. De medo. Minha pressão normalmente é baixa e foi a 15x9. O anestesista tentava me acalmar enquanto enfiava aquela agulha grossíssima na minha mão. Esforço vetorialmente nulo. Uma hora ele falou:
_Vou contar uma piada. Era uma vez um homem...
Aí eu acordei três horas depois, com o nariz já operado.
Sensação total de perdi-o-melhor-da-festa.
Acordei como se a cirurgia tivesse sido feita enquanto eu piscava. Nada da delícia da anestesia que alguns me prometeram. Também me prometeram que eu não conseguiria falar e teria dor, hemorragia, inchaço e tudo de ruim. Mentira pura. Não tive nada, saí do bloco cirúrgico falando, recebi mil visitas, saí todos os dias pra almoçar e alguns pra comprar. Inacreditável como agora consigo tomar um suco de canudinho sem abrir a boca uma única vez! Fiquei tão bem, mas tão bem, que o fdp do medico reduziu minha licença de 15 pra 10 dias. Quando ele falou, queria fazer beicinho e dizer chorando:
_Mas você prometeu!
Voltei enfim ao trabalho. Odiei, queria ficar de licença até o ano que vem.
Trabalhei no Natal (deveria, mas matei cara-de-pau-mente) e no réveillon trabalharei até o meio-dia. Saudade da UFMG, que faz rodízio do povo nessas duas semanas e não funciona nos dias 24 e 31 até hora nenhuma.
Mil pessoas me perguntaram do blog, que estavam com saudades dos posts e tal. Cá estou. (Sim, Dione, dessa vez estou falando de você mesmo. – É que tem gente que acha toda vez que o post é pra ele, sabem...).
Fui conhecer um restaurante indiano numa festa do trabalho. A festa foi tão uó que não volto mais. Nem a restaurante indiano nem a festa do trabalho.
Que mais aconteceu? Estou super apaixonada (pelo mesmo de sempre, pra sempre), Caio foi para os Estados Unidos, meu aluno de aulas particulares enfim passou de ano, passei em francês com A+, a despeito de ter faltado um mês quase, e saí da dança de salão (pra sempre, de novo). Fui a um tanto de médicos. O angiologista deu perda total pra minha safena que, ao contrário do que eu pensava, fica na perna, e não no coração. Não riam, ignorância é triste. O oftalmologista achou ceratocone nos meus olhos; sabia que eu tinha puxado Fernando em alguma coisa. Meu nariz tá ótimo, tomei antibiótico por 10 dias, tenho que injetar soro seis vezes ao dia, 5mL em cada narina, pomada duas. Morro de medo de tomar um soco na rua. Natal, né, as pessoas ficam irascíveis na frente das lojas.
Fico pensando se eu tivesse nascido uns vinte mil anos atrás. Teria sucumbido antes dos 12 anos. Não enxergo direito, até uns dias atrás, não respirava direito, meu sangue não circula direito, meu ombro é bichado, não aguento correr, não aguento o peso do meu corpo nos braços. No tempo dos homens das cavernas, eu seria abandonada pela minha família nômade numa caverna remota por não conseguir acompanhar o bando. Até uma fera teria preguiça de me abater, não valeria a pena.
Mas vamos falar de coisas boas, é Natal, Jingle Bells e coisa e tal.
Papai Noel passou lá em casa mais cedo este ano. Ganhei um mp10 maravilhoso que ele mandou pelo Fábio. Arrasaram, Fábio e Papai Noel. Este só esqueceu de levar minha roommate quando passou. Era o meu pedido especial. 50% de aproveitamento, Noel.
Na noite mesmo de Natal, passei em Guanhães. Ótimo, menos gente que o normal, amigo oculto com marmelada: eu tirei meu irmão e meu irmão me tirou. Minha mãe jura que foi sorte. Ahã, sei.
Então tá, anotei um monte de coisas pra escrever, mas obviamente perdi o papel. Como semana que vem também é ano que vem, tenho que fingir que estou cheia de amor no coração e desejar coisas boas pras pessoas.
Pra provar que nada muda nunca, linco o mesmo texto do ano passado, que eu amo, pra qualquer época do ano, mesmo: Os Votos, de Sergio Jockymann

sábado, 21 de novembro de 2009

Dormir


Cansada de brigar por causa de bobagens.
Cansada de trabalhar, de estudar.
Cansada de esperar que as coisas mudem.
Cansada de acreditar que o tempo faz tanta diferença quanto dizem.
Cansada de não saber o que é o certo a se fazer.
Cansada de ter certeza que a maioria dos esforços não geram resultados.
Cansada de só conseguir dormir quase na hora de levantar.
É isso, estou precisando dormir.
Não, não estou deprimida não.
Só voltei há pouco do velório de uma amiga muito mais nova que eu.
A voz da mãe ainda está na minha cabeça, “como é que vai ser agora?”.
Dormir não resolve, mas ajuda bem.
Falei pra uma das filhas que ficou: “faça sua mãe dormir quando chegar em casa”.
Mas dormir não resolve...
Eu quero dormir.
Sorte que tenho uma anestesia geral agendada pra daqui a poucos dias.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Descabelamento II


Ainda na campanha pelo descabelamento em massa, posto o texto abaixo. Já recebi por e-mail algumas vezes, duas só essa semana (alguma indireta?). Não sei quem é o autor, mas quem for está de parabéns. È bom dividir:

"VIVER DESPENTEADA

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie, por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade...
O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é gostoso engorda.
O que é lindo custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida despenteia...
- Fazer amor despenteia.
- Rir às gargalhadas despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar despenteia.
- Tirar a roupa despenteia.
- Beijar a pessoa amada despenteia.
- Brincar despenteia.
- Cantar até ficar sem ar despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite deixa seu cabelo irreconhecível.

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos, eu vou estar com o cabelo bagunçado...
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora.

O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria...
E talvez eu devesse seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta de que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita?...
A pessoa mais bonita que posso ser!

O que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:

Entregue-se, coma coisas gostosas, beije, abrace, dance, apaixone-se, relaxe, viaje, pule, durma tarde, acorde cedo, corra, voe, cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável!
Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!

O pior que pode acontecer é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo..."

Comemorando 1,5 ano em grande estilo


_Meu cabelo tá bonito, amor?
_Tá... Só meio... desarrumado...
_Eu sei, eu pus ele assim de propósito, eu adoro!
_Não, não to falando cuidadosamente desarrumado, não. Tá parecendo que você saiu de uma briga.

Vou dar um desconto porque só Deus sabe o que ele já teve que ouvir nesse ano e meio...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Se eu tiver engordado, por favor não me conte



Pois então, voltei das férias. Depois de 38 dias em casa, voltei. Antes que desçam a ripa nos servidores públicos, devo lembrar que temos 25 dias úteis de férias, eu só tive a manha de pegar alguns feriadinhos.
Não tive um pingo de saudade do trabalho. Ficaria em casa mais um mês tranquilamente e feliz.
Voltei e ouvi pouquíssimos “tudo bem?” ou “como foi de férias?”. A maioria das pessoas preferiu comentar como eu engordei.
Sim, felicidade engorda, não sabia não? Pois é. A última vez em que perdi um monte de quilos em pouco tempo foi numa depressão capetal.
Felicidade engorda. E passar um mês comendo e dormindo também, mas não vou entrar no mérito. Já estou a caminho do peso ideal de novo, sem parar de comer. Não, não ensino.
Mas então. Viajei três vezes. Primeiro para a praia, com minha mãe, minha tia Luiza e mais 4 mulheres. Adoro praia-roça, só tinha a gente lá. Depois fui pra Guanhães duas vezes, e em uma delas até o Fábio foi.
Não fiquei tão à toa quanto parece. Dei aulas particulares, estudei francês, estudei pro concurso cuja prova farei domingo (sim, rezem!).
A segunda coisa de que tirei férias foi do pente – a primeira foi do trabalho. Fiz trancinhas, doeu horrores, mas ficou lindo e meu cabelo super cresceu. Agora to usando solto, todo pra cima e to adorando.
Fiz ginástica junto com o pessoal da terceira idade um dia e não só fui a única a não conseguir acompanhar a turma como passei o resto do dia de cama.
Aprendi a fazer pizza, tutu de feijão e fricassê.
Marquei enfim a minha cirurgia pra ver se conserto de vez o meu nariz. Será em breve, e depois eu falo mais. Mudei de otorrino. O meu antigo me encaminhou pra esse, que é sênior da clínica. O negócio aqui deve estar feio mesmo. Ele é velho, velho, velho e calmo, calmo, calmo. Outro dia tava me examinando e o telefone tocando.
Depois de tocar mil vezes, ele começou:
“Não vou atender não. Pode tocar o quanto quiser. Pras coisas saírem bem feitas, tem que ser feitas uma de cada vez.”
Eu calada. Talvez por causa do aparelho arreganhando meu nariz... E ele continuou:
“Você deve estar pensando que eu já cheguei numa fase da minha vida em que tem que se fazer uma coisa de cada vez. Mas não. Isso vale pra vida inteira, pra qualquer idade. E tomara que você entenda isso antes de chegar na minha idade.”
Nuh! Como assim o cara fala isso logo na primeira consulta? Morro de medo dele.



Notas:
1: O sofá da foto existe de verdade.
2: Amanhã é meu aniversário.

domingo, 8 de novembro de 2009

Nerdice não tem idade


Foto encontrada nas férias sobre as quais vou contar num post em breve...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hershey's com ovomaltine


"Provai e vede que o Senhor é bom" (Sl. 34. 8)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Français


Comecei a estudar francês. Nunca tinha pensado na hipótese, nem positiva nem negativamente. Na verdade, eu queria fazer inglês, como contei. A propósito desse post mencionado, não só não comecei o inglês como também larguei a academia. Pronto, falei!
Continuando...
Se eu fosse fazer inglês, entraria no meio do curso, mas no francês eu tive que começar do zero. Estou me sentindo na primeira série do ensino fundamental. A professora fala bem devagar, abrindo bem a boca como se estivesse dublando e fazendo muita mímica. Todo dia ganhamos uma folha impressa (saudade do mimeógrafo e do cheirinho de álcool que ele deixava nas folhas...). Todo dia tem “para casa”. Tenho um caderno da disciplina. Minha professora morre de alegria quando aprendo alguma coisa. E todo dia aprendo muitas coisas, adoro essa sensação de tudo ser novidade!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Minha bolsa linda


Adoro presentes.
Adoro ganhar e dar presentes.
Adoro presentes fora de datas “especiais”.
Especial mesmo é ver uma coisa que é a cara de uma pessoa e levar pra ela, independente do presenteado ou Jesus ter nascido naquele dia.
Enfim.
Fernando é uma pessoa querida.
Foi para o Rio, achou a bolsa da minha vida e trouxe pra mim.
Como podem ver na foto aí ao lado, minha bolsa é maravilhosa, cheia de pimentas verdes e vermelhas, que adoro. È perfeita e enorme e tem um laço lindo. Fiquei muito, muito, muito feliz com o presente.
Domingo recebo: “Já mostrou sua bolsa linda pra todo mundo?” Já. Demais.
Numa dessas mostras, quase dei um chilique. Acompanhem:
Eu: Ju, olhe a minha bolsa nova, que linda!
Pessoa intrometida que teve merecidamente o nome grafado errado na certidão de nascimento: Eu tenho uma muito mais colorida que essa!
Eu: É? Seu sobrenome é Colorida??? Porque o meu é Pimenta.

P.S.: Sim, sou eu na foto... (Fernando quem tirou)

domingo, 9 de agosto de 2009

Meu celular me odeia

Um raio cai duas vezes no mesmo lugar?
Num lugar que o atraia, talvez.
Meu celular deu aquele piripaque de novo.
E eu vi acontecer, é deprimente. Terminei uma ligação e apareceu na tela uma barra horizontal. Aí eu vi o conteúdo dela enchendo – igual quando a gente está baixando alguma coisa.
Ainda tentei reanimá-lo; interrompi o processo, tirando a bateria, mas foi em vão. Quando liguei de novo, recomeçou a palhaçada.
E quando terminou, o que eu esperava na tela: fundo diferente, 0h00 de 01/01/2000, eu mereço!
E tantas pessoas me avisaram pra comprar logo outro celular! Ah nem!
O que de mais importante eu perdi foi de novo a agenda. Porque depois da última pane, eu recuperei alguns telefones importantes e perdi exatamente esses. Agora com que cara eu vou virar pras mesmas pessoas e pedir de novo? Com a mesma, né, é o jeito...
Saí do trabalho na sexta e comprei um aparelho novo. Barato, que marca hora, desperta e guarda minha agenda sem dar pane (espero). Não que tenha sido fácil, mas não compensa contar a saga aqui. Tem uma vantagem: nesse a bateria dura mais de 24h, ó que ótimo!

Mas vamos falar de coisas boas:

*Muitos trabalhos de revisão no mês passado. Noites em claro que garantiram minha dor de cabeça permanente e o leitinho das crianças.


*Me dei um presente lindo: um dicionário Houaiss. Não sei por que todo mundo achou tão retardado, mas esse é mini (cabe na minha bolsa) e adaptado à reforma ortográfica, ao contrário do que tenho instalado no pc. Morri de orgulho, mas a cara das pessoas fez eu me sentir tão nerd! Ah, azar!





*Fui ao Play City ontem. Sou louca por parques, e quando tem um aqui com montanha russa, quase passo mal de vontade de ir. (Aí chego lá e passo mal de vontade de ir embora, mas tudo bem). Resumindo, passei lá 4h e fui em dois brinquedos legais e um mongol. Montanha russa, Evolution e roda gigante – o mongol. A maior parte do tempo, passei nas filas. Gastei o dobro do dinheiro necessário por erro de cálculo e passei um frio dos infernos no final. Mas foi bom. Muito bom. Juro.

*Vou fazer vestibular esse ano de novo, de graça. Como a universidade me deu isenção da taxa (que será convertida em R$130,00 de balas), tenho o dever social de passar. De estudar, pelo menos!

*Voltei a fazer academia. Na hora do almoço. E, pagando minha língua, numa academia só de mulheres. Sim, aquela em que eu já desci a ripa...

*Alta chance de eu voltar a fazer inglês. Amo. Terça ou quarta eu conto direito, porque por enquanto ainda é segredo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Nossa, eu sou assim?

Preciso dividir.
Recebi um tal de horóscopo maldito hoje e fiquei estupefata diante do que ouvi sobre o meu signo.
Está transcrito aqui embaixo, pra quem quiser conferir.

1. É só comigo?
Não, tem ripa pra todos os signos, o meu é apenas é o pior...

2. Eu ouvi todos?
Quase. Ouvi os das pessoas com quem mais convivo pra ter base pra comparar.

3. Eu acredito em astrologia?
Demais. Linda Goodman é uma das minhas autoras de cabeceira. Amo.

4. Eu sou assim mesmo?
Boa pergunta. Se alguém puder confortar minha alma e dizer que não, use os comentários por favor.

5. A transcrição (extraída da net):


Escorpião (Horóscopo Maldito)

Você é o pior de todos. Você é desconfiado, vingativo, obsessivo, rancoroso, vagabundo, frio, cruel, antiético, sem caráter, traidor, orgulhoso, pessimista, racista, egoísta, materialista, falso, malicioso, mentiroso, invejoso, cínico, ignorante, fofoqueiro e traiçoeiro.

Você é um canalha completo. Só ama sua mãe e a si mesmo. Aliás, alguns de vocês não amam nem a mãe. Você é imprestável e deveria ter vergonha de ter nascido. Escorpianos são tiranos por natureza. São ótimos nazistas ou fascistas. Adora pisar os outros e tem um orgasmo quando vê alguém no buraco. Pelo bem dos outros signos do zodíaco, os escorpianos deveriam ser todos exterminados.


6. Se quiser, ouça o seu e me conte. (Link)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Porque nem todo mundo pode escrever roteiros

Eu tava lendo um conto do Machado de Assis aqui
Que culto!
rsrs
Melhor que ler blog, né?
Não, prefiro ler blog
Roteiro para escrever blog:
1. reclamar de um problema fútil
2. falar uma coisa irônica
3. exaltar um prazer fútil
4. fazer alguma analogia nostálgica com jaspion, chaves ou trapalhões

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Deseja resetar seu celular? Nãããããããão!

Tenho lido posts ultimamente de pessoas queridas querendo resetar a própria vida. Vide este e este.
Nunca tive essa pretensão – no máximo algo como um pause.

Mas enfim, meu celular, cheio de vontade própria e personalidade fortíssima, auto-resetou-se a si mesmo sozinho. Sim, sem ajuda.
Há uma semana, sem mais, ele mudou o fundo de tela que eu tinha selecionado, e começou a marcar 0h de 1/1/2000. Como se não bastasse, sumiu com todos os compromissos da minha agenda eletrônica – que incluía remédios e compromissos de que eu tinha que lembrar minha chefe (não, não tenho uma vida social tão movimentada assim) – minhas notas, onde eu gravava senhas e números de documentos importantes, minhas fotos, os recordes dos meus joguinhos, e cerca de 60% da minha agenda de telefones; salvou apenas a parte armazenada no chip. Bom é que toda hora meu telefone toca e eu fico que nem louca tentando adivinhar a quem pertence aquele número imenso de 11 dígitos, ah nem!
Lembro um dia em que meu pai perdeu um pendrive e disse que tinha perdido a vida dele.
Eu: “Nossa, minha vida não cabe num pendrive, não! E olhe que minha vida é a metade da sua!”
Se serve de consolo, agora eu entendo.
E serviu pra punir minha eterna mania de procrastinar as coisas. Desde que perdi meu último celular lá em Brasília, aquele cor-de-rosa e com lanterninha, que vivo falando em copiar todos os meus telefones em algum lugar (uma agenda de papel, talvez?), mas nunca o faço. Minha agenda verde (de novo!) está juntando pó desde o início do ano. Com o ombro detonado, o que você queria que eu fizesse: carregasse um trambolho enorme e pesado ou reunisse meus compromissos num celular de 74g? E minha agenda verde nem apita na hora dos compromissos... Deixei de lado mesmo, sem dó.
Cadê todas aquelas promessas de redundância eletrônica?
Pensei que pra resetar um celular, tivesse um menu que perguntasse:
“Deseja resetar seu celular?” “Tem certeza?” “Jura?”
Aí quem desse “sim” mereceria mesmo perder tudo. Não eu. Saco.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson





Michael Jackson morreu ontem.
Triste, muito triste.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sinal de vida


Andam dizendo por aí que estou morrendo.
Aí vem aquele papo de Fafich, né: E quem não está?
Já contei aqui que estava doente, depois contei que não tinha morrido, mas não contei que não sarei.
To com sinusite há um mês – minto, faltam dois dias pra dar um mês – to na terceira fase de antibióticos, entremeada por duas alergias provavelmente causadas pelos próprios antibióticos – mais um dos fofos efeitos colaterais.
To dopada de remédios. Quase nada, dois antibióticos combinados (diferentes dos dois anteriores que não funcionaram) um corticóide via oral e outro nasal, soro, anti-histamínicos. To morrendo de sono, zonza, lerda, não to ouvindo direito, não entendo nada que falam comigo. To vindo trabalhar, mas já pedi pra ninguém me passar nada. (quem seria doido?) To mais cega que o normal também, to usando bastante os óculos.
Mas, claro, tem coisas boas também: vários amigos sumidos me ligando (porque ouvem de outros que eu estou nas últimas), meu amor me cuidando em tempo integral, eu como e durmo demais e minha mãe me liga tododia (adoooro). Agora ela quer que eu procure uma rezadeira. Perdeu a fé na medicina convencional.
Mas to melhorando, mesmo. Essa noite eu até dormi!
Porque sabe que nariz entupido só funciona – precariamente – na vertical, né. Deitou, sufoca. Uma dilícia.
Muita coisa aconteceu nesses dias.
Esse blog fez aniversário de dois anos dia 24. Sem chance de post, a despeito da promessa até de festa feita no ano passado, porque caiu junto com a prova cabulosa pra que eu estava estudando.
Sim, outro concurso, não tinha contado não? Pois foi. E nesse eu nem fui bem. Estava passando mal sim, claro, mas a notinha mais ou menos foi devida à associação de dedicação menor que a necessária e algum empenho na direção errada. Algo como tentar matar uma formiga com uma escopeta, outra hora eu conto aqui.
Dias antes disso, fiz um ano de namoro também. Saco cheio de pessoas dando parabéns só pro Fábio, como se ele fosse algum tipo de herói por me aturar.
...
Não quero falar sobre isso. Tá, sou muito chata, mas o namoro tá tão legal! Talvez se eu não tivesse amanhecido no hospital com crise alérgica a comemoração teria sido mais expressiva! Mas ainda assim foi legal. Ano que vem vai ter até post (eu e minhas promessas...).
Prometo nunca mais prometer algo que eu não sei se poderei cumprir.
Mas nesse dia do aniversário de namoro, inacreditável, meus braços e pernas lotados de bolinhas vermelhas, como se mil pernilongos tivessem me picado juntos (e me passado catapora). Quando acabou – dias depois –, pensei: nem importo das minhas coxas serem moles, só de não terem aquelas manchas! Nunca achei que eu fosse pensar isso antes dos 70 anos. E nem que com essa idade eu rezasse pra ter saúde. Nada demais, só dormir, respirar sem dificuldade e não sentir o vento em forma de agulhadas no rosto.
Passei mil dias sem trabalhar – ou seis – e essa parte também foi legal, to a fim de aposentar já. Mas já sei, tenho que esperar até 2036, se a legislação não mudar até lá. Ou então posso ficar de licença por dois anos direto e me aposentar por invalidez... melhor não.
O pior é ter que aturar gente falando: “claro, mas você não come”. Calúnia maior não pode haver. E nem vou falar em quantidades, porque eu adoro comer. To comendo brócolis todos-os-dias desde o início do ano e nem anemia eu tenho mais. Será que alguém acredita mesmo que um vírus ou uma bactéria ou sei lá o que cause as doenças respiratórias pergunte: “Quem comeu no McDonalds hoje?” Ah, tenha dó! É mais um caso de combinação de rinite alérgica, condições climáticas desfavoráveis, desvio de septo nasal, carpete, ar condicionado, bactérias particularmente resistentes e azar, muito azar. Só isso.
To melhorando, juro. Só falta o nariz, a garganta, a cabeça e o humor. Paciência.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

De Acordo Com o Acordo


Caio Pedra e Janaina Pimenta



Dentre as inúmeras riquezas culturais e naturais de que se podem orgulhar os brasileiros, inquestionável destaque possui a Língua Portuguesa aqui consolidada. Foram necessários muitos séculos e influência lingüística de vários povos para a composição do resultado que hoje conhecemos. Da simbiose de línguas européias – notadamente o Português de Portugal – e dialetos africanos e indígenas, teve origem um idioma tão rico que pouco conhecido pela maioria de seus falantes. São incontáveis os recursos lingüísticos de que podemos desfrutar na construção de um texto. Entre mesóclises, elipses e silepses, a Língua Portuguesa mostra-se mais bela quanto mais dela se conhece. Prevê diferentes colocações pronominais, infinitos sinônimos, além das mais diversas figuras de linguagem. Engana-se quem a vê como exigente ou complicada, nossa língua é generosa: oferece alternativas e é dinâmica e moderna, sem perder o brilho e a elegância de seu eruditismo.

Com o argumento da defesa da unidade essencial da língua Portuguesa em busca de seu prestígio internacional, foi elaborado, em 1990, um projeto de texto de ortografia unificada do idioma. Assinado, desde então, pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com adesão de observadores da Galiza, o documento não produziu efeitos no Brasil até janeiro de 2009, já que só foi promulgado através do Decreto número 6.583, de setembro de 2008. A princípio, somente 0,8% das palavras do nosso vocabulário sofrerão alterações. Parece pouco – afinal, em Portugal, por exemplo, esse índice chega a 2% –, mas não é. A triste realidade de que dominamos apenas pequena parcela do linguajar que prevêem, por exemplo, os nossos dicionários tranqüiliza a maioria das pessoas. O fato, entretanto, é que as mudanças não se limitam a termos em desuso ou palavras pouco utilizadas. Pelo contrário, elas atingirão, inclusive, algumas das palavras que utilizamos com maior freqüência.

O objetivo, inicialmente grandioso e arrojado, parece inconsistente ao considerarmos a heterogeneidade da língua mesmo dentro dos limites fronteiriços do nosso país. A grande extensão territorial do Brasil e suas diferenças culturais internas resultam em regionalismos e impedem a uniformidade. O próprio acordo admite essas variações. Se nem aqui o Português é unificado, o que dizer entre nações de características tão diversas?

Feliz ou infelizmente, as mudanças serão rapidamente assimiladas pela população, pois a maior parte dela não tinha mesmo conhecimento pleno das regras antigas e, portanto, não se surpreenderá com as novas. Quantos açougues precisarão riscar o trema de suas ofertas de “lingüiça”? E quantas donas de casa realmente perceberão a diferença e a atribuirão ao novo acordo? Para muitos, o sinal de diérese (acredite, era esse o nome do trema) nunca foi verdadeiramente essencial para o cumprimento de sua função de diferenciação fonética. Em contrapartida, medidas como a extinção do acento diferencial ainda causarão muitos transtornos àqueles que dominavam seu emprego, que serão os principais atingidos pela reforma.

Os professores terão que se adaptar, assim como os livros didáticos. Os jovens em idade escolar poderão “esquecer” parte do que estudaram. Mas a maior responsabilidade talvez fique a cargo das crianças em alfabetização, que precisarão diferenciar desde cedo a escrita e a pronúncia, já que a primeira não mais determinará a segunda. Apenas através da memorização, aprenderão, por exemplo, que, foneticamente, “teia” e “ideia” têm muito menos em comum do que aparentam. Além disso, estarão expostas ao constante contato com a norma antiga, presente na esmagadora maioria dos livros, revistas e textos impressos atualmente.

O próprio texto do acordo é, de certa forma, excludente, pois, escrito em irretocável norma culta, apresenta, em vários momentos, passagens de difícil compreensão, dada a sofisticação vocabular. O mais surpreendente, entretanto, é que seus trechos mais interessantes começam com “continuam” ou “permanecem”, e dizem respeito a algumas regras a serem mantidas, comprovando a vastidão da nossa língua ou a nossa ignorância em relação a ela.

É compreensível a relevância da proposta. A intenção de fortalecer internacionalmente a Língua Portuguesa insere-se em um contexto de busca por maior aproximação entre os países signatários do acordo. Porém prejudica o aprendizado do idioma ao modificar a grafia mantendo a sonoridade. É difícil propor mudanças a algo tão completo e bem estruturado quanto a Língua Portuguesa, pois nenhuma alteração ortográfica poderia ser compatível à sua grandiosidade. O que aconteceu, então, foi quase um empobrecimento, modificações esparsas que não representam nenhum acréscimo. Já que era para mexer então, para que manter a crase, que tanto complica a vida de quem escreve? E quem precisa do H inicial?



Publicado no jornal Voz Acadêmica, da Faculdade de Direito da UFMG, em abril último (página 7).

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Não morri


Voltei hoje ao trabalho.
Não que eu tenha exatamente melhorado.
Hoje, enquanto decidia se viria pro trabalho ou iria pro hospital, gastei 1,5 hora me arrumando.
Finalmente, vim pro trabalho...
Amargamente arrependida de não ter ido ao hospital.
Mas, enfim.
To moooole, cansada de tossir a noite toda ao invés de dormir, morrendo de preguiça, toda encapotada e gripadaça.
Ontem agradeci a Deus por duas coisas:
Por meu namorado querido ter me cuidado durante toda a parte crítica da doença.
Por ser funcionária publica e não ter preocupações tipo “estou faltando ao serviço e, a despeito de ser por motivo de doença, quando eu voltar meu chefe vai me despedir e como eu vou pagar minhas contas no mês que vem?” Adoro! Tem coisas que não têm preço, né, como o glamour, a elegância e... Ah, é, a estabilidade, claro. Quase me esqueço.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Gripe asiática do frango suíno


Estou morrendo.
(Quem morrendo tem tempo de postar num blog? Euzinha. Doente e sem trabalhar desde a última quinta, graças a uma licencinha médica...)
Pois então.
Fui acometida por uma virose. Não, gracinhas bobas, nada de gripe suína, apesar de muitos sintomas em comum. Fora, é claro, quanto ao apetite, que não há vírus que tire, nunca. Minha mãe liga todo dia perguntando se eu to comendo e eu respondo: “É tudo o que eu tenho feito! Nas horas em que não estou dormindo, claro...”
Mas então. O processo de morrimento começou na segunda passada. Só na quinta é que eu entreguei os pontos e fui finalmente ao médico. Ele me deu:
( ) um sermão
( ) nenhum remédio
( ) atestado para não trabalhar na sexta-feira
(X) todas as anteriores
Fiquei toda feliz, tipo Yes-não-preciso-trabalhar-amanhã-vou-estudar-o-dia-inteiro-e-vou-à-aula-à-noite. Quem disse que eu agüentava levantar da cama? Não estou doente desde segunda e estive trabalhando até ontem? Não é possível que esse vírus fdp foi sugestionado pela ida ao hospital. Pois foi.
Final de semana morrendo idem. Domingo à noite, perdi Dança dos Famosos pra ir de novo ao hospital. Outra consulta, raio x, antibióticos pra tomar e mais dois dias de licença. Como se não bastasse, estou com sinusite também. E juro que não vou perguntar o que mais falta acontecer... Mas to melhorando, aguentei até vir até o computador hoje, não é?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Odeio gente que não come

Almoçou ao meio-dia.
Às 15h é convidado pra lanchar.
“Nossa, mas eu acabei de almoçar!”
Odeio.

Hora do almoço.
Come uma uva-passa
“Estou super satisfeito!”
Odeio.

Não come doce por opção: odeio.
Conta calorias de tudo: odeio.
Pergunta: “nossa, vc come tanto e é magrinha, pra onde vai tudo isso?”. Abomino.

Adoro comer.
Adoro doce.
Adoro bacon.

Acho barriguinha fundamental para a beleza, o conforto e o aspecto humano.

Como dizia Luís Fernando Veríssimo, “Sempre achei que as pessoas que comem como um passarinho deviam ser caçadas a bodoque.”

quarta-feira, 25 de março de 2009

Bombom de morango gigante


Faz ou desfaz qualquer tipo de trabalho.
Traz a pessoa amada de volta em três dias.



P.S.: O bombom de que falo é tipo esse, só que com três morangos em vez de um. Desculpem, não achei a foto. Fico devendo...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Achei


Achei.
É excelente.
Mil vezes melhor do que qualquer coisa que eu tinha imaginado.
To ansiosa, cheia de expectivas.
Depois eu conto pra vocês.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Traumas

Personagens: A menina, o irmão e o primo (crianças criadas juntas) e a mãe

Cena 1: A mãe dá um bombom para cada criança. O irmão e o primo devoram os seus rapidamente. A menina come metade do seu lentamente e guarda a outra metade, tentando prolongar ao máximo o prazer proporcionado pelo doce, sabendo o quanto aquele momento pode demorar a se repetir. Depois, quando ela pega a metade guardada para comer, o irmão e o primo choram querendo o seu bombom e a mãe obriga a menina a dividir com eles.

Cena 2: A menina estuda muito e passa em todas as disciplinas da escola primária no terceiro bimestre. O irmão e o primo não estudam direito. Pegam recuperação em muitas matérias (leia-se todas que não sejam educação física). A menina faz os trabalhos de recuperação deles. Dá aulas para prepará-los para as provas. Eles finalmente passam de ano e ganham mil presentes por terem passado. A mãe acha que a menina não fez mais que a obrigação.

Cena 3: A mãe traz para casa um pedaço de rocambole, um dos doces preferidos das crianças. Era hora do almoço e o doce seria comido como sobremesa. O rocambole foi partido em 3 pedaços. O primo comeu o seu. O irmão comeu o seu... e o da menina.

Qualquer semelhança com a realidade não é coincidência.

[A menina contou recentemente essas histórias à mãe, a fim de explicar por que o irmão e o primo se tornaram adultos mal-educados (e ela um adulto sem coração). A mãe ficou muito surpresa. Pediu desculpas por ter gerado os traumas. Como todos sabem, ela não é particularmente fã de desculpas. Ao contrário do que possam estar pensando, a menina ama a mãe. Só não gosta de deixar ninguém vivendo na mentira.]

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Então, o vestibular...

Pois é, sobrei.
Desperdicei muito a minha nota de redação. Pra que você tira uma mega nota em redação pra tomar pau no vestibular?
Devia ter ficado em casa dormindo ou assistindo sessão da tarde.
Lembram que eu contei que fui péssima na prova de História? Então, não foi modéstia minha não, a minha nota nessa prova me fez rodar completamente. Exatamente essa, porque as notas das outras matérias foram até legais, creiam ou não.
Sobrei, principalmente por uma falta de organização minha. Não, não teria estudado o que caiu na prova de História nem se eu tivesse tido mais tempo, só deveria ter feito vestibular normal, e não obtenção de novo título.
Acompanhem a comparação:

Vestibular
• Tem 1ª etapa (que eu teria chance de passar bem, considerando que a maioria do povo que faz meu curso é ruim de exatas e eu sei contar direitinho)
• Eu seria beneficiada pela cota e minha nota seria multiplicada por 1,15
• Eu concorreria a uma das 200 vagas disponíveis
• Eu concorreria com 15 por vaga na 1ª etapa e com apenas 2 por vaga na 2ª

Obtenção
• Não tem primeira etapa
• Nada de cotas
• Eu concorri a uma das 23 vagas disponíveis
• Eu concorri com 51 por vaga na 2ª etapa

(Não, não consegui inserir uma tabela no blog e estou com preguiça de tentar mais)
Todos devem estar se perguntando: por que raios, então, eu não fiz vestibular?
Porque a inscrição pro vestibular foi em agosto, quando eu nem queria, e a inscrição pra obtenção foi em novembro, quando eu cismei que queria.
Bem feito pra mim.
Fiquei triste? Sim. Principalmente quando eu vi que fiquei na 122ª posição na obtenção. Com essa nota, provavelmente eu teria entrado se tivesse feito o vestibular normal...
Buenas, não vou chorar pelo leite derramado, né. Tá, vou, mas não aqui.
O que eu aprendi com isso? (É, agora que descobri que tudo por que eu passo é pra eu aprender alguma coisa, trato de aprender logo pra ficar livre.)
Aprendi como é a prova de humanas da UFMG, que eu não conhecia. Pode ser útil para o ano que vem, se eu não mudar de idéia até lá.
Aprendi que não devo fazer prova pra obtenção de novo título no ano que vem, mas sim pra vestibular.
Aprendi que parte do stress com que fiquei era absolutamente dispensável.
Provavelmente nem era nada disso que era pra eu aprender, mas como eu entrei nessas de aprender as coisas recentemente, aprender 3 coisas de uma só vez já está mais que ótimo.
Que mais além do vestibular?
Comecei a fazer o negócio dermatológico e uma pessoa – uma pessoa inteirinha! – já notou. Uma pessoa que não sabia do tratamento, que fique claro.
Sempre prometia que ia arrumar os meus armários depois que passassem os concursos. Pois bem, o vestibular acabou no dia 08 e eu me vi pela primeira vez em dois anos sem nadinha pra estudar, nem perspectiva. Antes de eu ter tempo de ter uma crise de abstinência, eu, minha mãe e minha prima fomos arrumar os armários. Tiraram todas as minhas roupas molambas (é verdade que eu não usava, mas eram minhas!) e organizamos tudo. Tá até sobrando espaço. E o mais impressionante: isso foi no dia 10 e estou super mantendo.
Sobre eu não ter nada pra estudar, quase tive mesmo uma crise. Não estou acostumada a isso. Estava mesmo em stand by esperando sair o resultado do vestibular, porque se eu passasse, claro que ia começar a sofrer com as aulas imediatamente, a despeito delas só começarem em março.
Aí vem o lado bom de eu não ter passado. (Tem um lado bom? Tem que ter!) Sem querer ser Pollyana, mas que bom é não ter esse tipo de preocupação com estudo, eu tinha me esquecido!
Não estou inscrita em nenhum concurso, não estou esperando nenhum específico ser publicado, quero ainda fazer o vestibular, mas nem pretendo começar a pensar nisso antes do segundo semestre.
Enquanto esperava o resultado, recomecei a ler "A menina que roubava livros", que ganhei no meu aniversário. Antes de chegar à metade, peguei com Thays “Um bestseller pra chamar de meu” e devorei as 700 e tantas páginas em uma semana lendo principalmente nos ônibus – viu como eu pego ônibus? – e acabei exatamente no dia do resultado do vestibular. Em outros tempos, eu me perguntaria: e agora? Mas agora eu tenho “A Menina que roubava livros” para terminar e um tantão de livros na fila pra começar.
Não é prêmio de consolação, mas acho realmente que um pouco de leitura de entretenimento vai me fazer bem, já tem feito, aliás.
Sexta-feira fiz uma visita, a uma família de amigos de infância, que até já comentei aqui. Isso me faz lembrar que tenho algumas visitas a fazer. E algumas peças pra assistir, já que estamos em plena campanha de popularização do teatro – a única época do ano em que assisto alguma peça.
É bom estar à toa. Não totalmente à toa – não larguei o emprego e continuo dançando e vou voltar pra fisioterapia essa semana e pra academia na semana quem vem - , mas pra quem estava cego, ter um olho é motivo de festa, não é?
Tenho também alguns ponteiros da minha vida pra acertar, como já andam dizendo por aí, e acho que estou num ótimo momento pra começar a pensar nisso. Antes que apareça algum concurso...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Mas o vestibular...

Como já propangandeei, estou de volta à ativa.
A ativa de escrever, né, porque postar, mesmo, só quando dá. Continuo sem acesso aos blogs do trabalho, e tenho que me virar pra postar aqui, acordando mais cedo pra fazer isso. Claro que, pra emergências como a da semana passada, o computador da minha chefe está aí pra isso. Emergência porque comecei esse post aqui na quinta (08/01) e tive que passar o do aniversário do meu pretinho na frente por motivos óbvios.
Mas então. Quis escrever do vestibular porque o povo nem me liga perguntando como foi o vestibular, me ligam perguntando cadê o post do vestibular. Adoro perder em popularidade pro meu blog...
Foram 4 dias de inferno. 12 horas de prova. Tá, só passei lá umas 10, mas, né, antes ficasse um só dia do meio-dia à meia-noite, ninguém merece!
Deus sabe que não dou conta de fazer 4 provas num dia. Vide o dia da primeira fase da prova da Assembléia, em que quase precisei do Samu pra me levar pra casa.
Então, fui mal na prova, mal demais. Assim, fui mal na maioria delas, e na de História eu fui pééééssima.
Talvez eu tenha estudado tanto Geografia e Filosofia que esqueci da pobre da História (pobre de mim, né?). Ou então a prova foi difícil mesmo, como estão dizendo por aí. Porque claro que não deu pra eu ler todo o conteúdo de História da 5a série ao 3o ano, como costuma cair, mas, enfim, eu assisti as aulas. A sensação que tive quando li a prova é de que eu tinha estudado a matéria errada. Triste.
Eu não sabia nenhuma resposta da prova de História. Mas, se criative valer pontos, quem sabe, né? Escrevi até o braço doer.
Antes que alguém (mais) me pergunte se já saiu o gabarito, lembro que a prova era aberta. De Redação, Geografia, História e Filosofia, nessa ordem. 3h de prova cada dia, de segunda a quinta-feira da semana “repassada”. Que mais?
Minha sala ia da Izaides ao João Cláudio, passando por poucas Janaínas, excepcionalmente.
A tal da Izaides, além do nome féxiom, me pediu a borracha emprestada no primeiro dia. Sussurrando. Só faltava a aplicadora achar que eu estava colando, né? Se eu fosse eliminada, ia ser obrigada a voar de unhadas na cara da Izaides. Pois que no segundo dia, a anta também não levou borracha. Tive que espiar a mesa dela pra ver, não me contive. Pensei: “não merece passar no vestibular”. Dito e feito. No terceiro dia ele nem ousou aparecer. Menos uma!
A coleguinha do outro lado tinha o nome mais bonito – Janaína. E não pude deixar de notar que ela usou a mesma roupa e sapatos todos os dias. Ela que é esperta. Se eu não tivesse ficado escolhendo sandalinha combinando com a blusa, talvez tivesse dado tempo de estudar o texto do Honneth. Apesar de eu não acreditar em filósofo vivo. Me recuso. O cara só passa a se chamar filósofo depois que morre, não é não? Quando vivo ele se chama... doido. Desculpem os “filósofos”, mas não consigo pensar em outra coisa pra nomeá-los. Sim, estudei Filosofia pela primeira vez na vida e fiquei deslumbrada. Estudei um bocado de Geografia e História também, porque, além de nem amar, há 10 anos que eu formei no ensino médio, então... Claro que não estudei português. Além de falar fluentemente, se eu precisasse estudar mais gramática pra essa prova me daria um tiro no ouvido, porque, né? Vou começar a estudar português de novo só em 2010, de modo que dará tempo de eu me adaptar ao novo acordo ortográfico dentro do prazo. Eu, que sempre amei o trema... Mas depois eu falo disso.
Tadinho do meu namorado, virei um demônio durante a prova e acabei descontando a tpm plus super nele, que me levou e buscou todos os dias. Eu fiquei uma pilha de nervos, e briguei com todo mundo, incluindo a aplicadora da prova, a mulher da farmácia, eu mesma, mas assim fui.
Bom, ainda bem que acabou.
Pra quem está mais ansioso que eu com o resultado, aviso: sai dia 30/01 e postarei a respeito, como já prometi anteriormente.
Pra quem está mais esperançoso que eu, outro aviso: como fui muito mal na prova, as chances de eu passar são ínfimas. Sim, existem, mas são ínfimas. Quando falo isso pras pessoas, tem gente que diz “mas vc é inteligente”. Suponhamos que eu fosse. Mas vai ser inteligente competindo com 51 pessoas por uma vaga? Enfim, após o resultado eu conto pra todos, só não quero ninguém nutrindo expectativas.

P.S.: Beijo pra Gaby que me forneceu a maior parte do material de Filosofia que usei. Aliás, preciso marcar pra encontrar e devolver.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Porquê


Porque se o meu príncipe encantado viesse num cavalo branco, não seria perfeito. Porque Deus sabe como eu tenho horror a cavalos. O meu personal príncipe veio de ônibus mesmo, graças a Deus. Lá onde o conheci. (E porque eu nunca acreditei em coincidências...)

Porque não pode ser coincidência a minha cabeça encaixar direitinho no peito dele. E dormir a noite inteira nesse peito não tem preço. E acordar e ficar olhando ele dormir também não.

Porque eu adoro chamar de pretinho esse menino mais bege que eu.

Porque eu adoro esse bração forte, que me carrega sem esforço.

Porque com ele eu aprendi que nem todo mundo que malha o corpo é porque deixou de malhar o cérebro.

Porque ele me ensina um monte de coisas.

Porque ele me provou tudo o que eu sempre disse/pensei/defendi sobre relacionamentos estava errado. E que o nosso podia dar super certo com um pouquinho de tolerância.

Porque outro jeito que eu o chamo é de pai dos meus filhos (Até filhos eu vou ter agora? Pior que vou. Não agora, agora. Mas vou.)

Porque adoro ver TV com ele, mesmo ele odiando a Globo (que adoro) e achando que o controle remoto dá leite.

Porque eu sempre quis namorar alguém que visse comédias românticas comigo. Apesar de eu me recusar a ver filmes de luta.

Porque eu adoro rir junto. Mesmo se for de mim.

Porque ele levanta cedo pra ir preparar meu café. E muitas vezes traz na cama pra mim.

Porque ele me ama, me mima, me cuida. E me deixa cuidar dele.

Porque ele me chama de linda toda hora. Até quando eu acabo de acordar. Até quando eu acabo de tirar as trancinhas. Com a ajuda dele, claro.

Porque ele faz a barba muito bem e eu adoro.

Porque se eu pensar alto alguma coisa que por acaso eu esteja com vontade de comer, ele faz.

Porque eu sou sempre estressada, e ele está me ensinando a desacelerar. (Ai, meu Deus, até livro do Dalai Lama eu já estou pedindo pra ler! Osho ainda não, né, aí já é demais!)

Porque eu adoro falar com ele mil vezes por dia. E ver todo dia. E quero acordar junto todo dia (pronto, falei!)

Porque ele é lindo e gostoso e fofinho.

Porque ele é o homem da minha vida.

Porque ele é o meu amor.

Porque ele detesta meus posts, mas não o mandei namorar uma blogueira e fazer aniversário bem quando ela volta à ativa.

...

Parabéns, pretinho! Te amo demais!


“A rosa não tem porquês. Ela floresce porque floresce”
Ângelus Silésius

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Receita de ano novo

Carlos Drummond de Andrade


"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."