quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Último post


Último post do ano de 2008, claro.
Não teria coragem de acabar o ano sem passar por aqui.
Cientíssima da minha negligência com esse espaço que já tanto me apoiou, prometi a mim mesma que ano que vem (assim que passar 8/1) vou atualizar isso aqui com muito mais freqüência.
Prometi só a mim mesma, porque claro que eu não quero ninguém me sovelando e me mandando (mais) atualizar meu blog.
Mas então.
To trabalhando super. Inclusive hoje trabalho até meio-dia. Saudades da UFMG... Do tempo em que fazíamos um rodizião e nas semanas de natal e reveillón, cada metade do povo trabalhava uma “semana” e folgava a outra toda, respeitados os feriados e suas respectivas vésperas.
Tenho a sensação de que só eu estou trabalhando. As ruas vazias, os ônibus também.
To de licença da dança, da musculação e da fisioterapia. Dia 12/1 eu volto pra tudo.
Inventei de fazer vestibular. Sim, na época em que daria pra eu ficar quietinha e tratar de ressuscitar meu espírito de natal, se é que ele nasceu um dia, arrumei coisas pra estudar. Nem ia contar aqui, pra ninguem ficar me perguntando se eu passei (na época em que sair o resultado, juro que publico, seja ele qual for), mas como eu e minha boca enorme já contamos pra meio mundo, nada demais publicar também aqui.
Falar em passar, classifiquei naquele concurso que eu super queria, o difição twist carpado, que pedi pra todo mundo torcer, lembra? Pois então, o resultado final saiu em 3/12. Muito tempo mesmo que eu não escrevia aqui, não? Agora tenho que torcer pra que me chamem e esperar...
Falar em concurso, nesse meio tempo fiz mais dois também, acho que vou até classificar, mas não muito bem.
Deixe-me ver... novidades... minha mãe tá aqui, a família tá toda reunida na casa da tia Bastiana, de férias (estou com inveja sim, por quê?), meu natal foi meio chato, apesar do monte de presentes que ganhei, primeira vez que gostei do presente que ganhei no amigo oculto, meu namorado brigou comigo no dia, só não terminei pra não fazê-lo odiar o natal pro resto da vida. Mas já ta tudo bem de novo. (Tem três culpas de que eu me esquivo de ter que carregar pro resto da vida: provocação de divórcio alheio, de embichamento alheio e de amargura alheia).
Fui ao cinema (14 reais? Eu preciso mesmo passar no vestibular pra pagar meia no cinema), vi Sete Vidas, fiquei com medo do Will Smith no começo do filme e Fábio: “Que isso, amor, não precisa ter medo dele não, ele é ‘um maluco no pedaço’”. Nessas horas eu lembro por que eu amo esse menino.
Falar em coisas que ele fala, pensei em escrever outros posts nesse período de sumiço. Um deles era de natal, fotinha de papel noel e tal. Depois desse diálogo mudei de idéia e ia postar só isso, com o título de “Bate o címbalo”, mas claaaro que não tive tempo. Publicando:

Bate o címbalo

_Eu quero tirar uma foto com Papai Noel.
_Qual, o do shopping?
_É.
_No colo?
_É.
_Mas não vai mesmo.
_Por quê? Eu quero pôr a foto no blog. E eu preciso agradecer a ele pela realização de boa parte do que pedi na minha cartinha do ano passado. Inclusive por você.
_Claro que não, amor, você vai sentar no colo de um homem vestido de Papai Noel?
_Deixe de ser bobo, amor. Aquilo é um símbolo. E símbolo não tem disso de ser homem ou mulher, não. É que nem anjo.
_Ah, então eu vou tirar uma foto com a Mamãe Noel também.
_Tá.
_Com ela no meu colo, de sainha curtinha...
_Claaaaro que não!
_Deixe de ser boba, amor, ela é só uma SÍMBALA!


Fui na nutróloga. Não, não é nutricionista não, é nutróloga mesmo, formada em medicina. A hematologista disse que dava pra eu tratar as minhas nias só cuidando da alimentação e eu soube na hora que precisaria de ajuda. (Apesar de sanduiche do Mc ter ferro, tá? Olhe atrás do forrinho da bandeja pra ver. Inclusive, agora tá um de Belo Horizonte liiindo!) A médica me mandou comer um monte de coisas que nem amo, mas me deixou continuar comendo quase tudo o que já gosto. Doces, por exemplo. Não, não vou ficar diabética por comer muitos doces. Pedi pra ela repetir isso mil vezes, queria até gravar pra mostrar pra minha mãe.
dizem que dieta que começa na segunda nao vai pra frente. Então tá bom. Vou começar na quinta, dia 01/01. junto com o tratamento da pele, que estou enrolando também (acham que é fácil enfiar a cara no ácido?). To dizendo que vou ficar linda em 2009... Falar em linda, fiz trancinhas de novo. Das grossas. 7h no cabeleireiro me fizeram merecer cada elogio.

Um outro post que comecei, anterior até ao de cima, e quero postar, só pra não perder o serviço:

Vou bem de saúde sim, obrigada

Não pude escrever aqui esses dias porque, entre trabalho e estudo demais, estive quase morrendo.
Da última vez que escrevi aqui até hoje já tive duas gripes fortes (não, não foi uma que não acabou, foi uma, acabou, e depois outra), um desmaio no ônibus, vários dias de enxaqueca e outros tantos de alergia.
Por partes:

As duas gripes
Não são daquelas gripes que se pega, são gripes alérgicas devidas à minha rinite. Algo relacionado ao fato de eu passar 8h do meu dia num ambiente carpetado e com ar condicionado ligado no talo... Super acho que meu otorrino deveria me aposentar. Se bem que agora estou até melhorando, depois que tirei a minha nuca da reta do ar condicionado.

O desmaio
Ônibus lotado e eu de manhã, em pé, com mil e quinhentas sacolas (mentira, eram 2 mais a mochila), sem comer e com duas blusas de frio.
Fiquei perto da roleta, porque o trocador foi o único que se dignou a levar minha mochila. Minutos depois mordi a língua, porque a moça sentada na primeira cadeira à minha frente se ofereceu pra levar minhas sacolas. Daí eu comecei a sentir calor. Tirei uma blusa. Tirei a outra. Continuei sentindo calor (que estranho!) Veio uma molezinha, uma vontade incontrolável de sentar. Claro que não tinha lugar. Pensei em sentar naquele patamar onde o trocador apóia o pé. Não caberia. Pensei em ir pro fundo do ônibus e sentar no degrau da porta, como já fiz várias vezes. Não dava pra atravessar o ônibus. Tive a brilhante idéia de pedir a moça pra me deixar sentar. Enquanto eu pensava “Ela vai deixar, né? Ninguém pede o lugar de outra pessoa se não estiver precisando demais”, fiquei hiper tonta. Então falei:
_ Moça, deixa...
e caí no colo dela. Dela, que não era magra, estava no lugar mais apertado do ônibus (logo depois da roleta) e segurava a bolsa dela e minhas duas sacolas. Ela saiu de baixo de mim nem sei como. Quando entendi o que estava acontecendo, eu estava na cadeira dela, encharcada de suor, e sentia um vento super forte (= janelas abertas + abano). Até pensei em abrir uma eleição aqui no blog pra que os leitores escolhessem a pior parte da frase:

Trocador
me abanando
no ônibus
com o Super


A alergia
Outro dia acordei com uma boca, digamos assim, como se meus lábios, que já são grossos, tivessem sido picados por uma abelha. Acreditem, não fiquei parecida com a Angelina Jolie. Fui ao alergologista (não é alergista não, viu? Aprendi nesse dia, depois de xingar o meu convênio por não ter um alergista), ele foi chato, grosso, mal-educado, me xingou por me auto-medicar – ahã, toda vez que eu tiver dor de barriga ou de garganta, vou ao médico, claro, nem pastilha Valda, aquela bala cara, eu posso chupar. Ele me mandou tomar um remédio caríssimo e voltar lá depois. Não tomei, não voltei, e se voltar a aparecer, vou em outro, odiei ele. Dizem as boas línguas que meu lábio inchou de nervoso. Não sei.


Que mais?
Hoje é aniversário da tia Célia, parabéns pra ela.
To boba com o preço do onibus, que subiu pra 2,30... o passe pro banheiro do xop Cidade aumentou mais de 60%. Aprendi palavra nova: VEADUTO. Outro dia perguntei pra trocadora onde eu tinha que descer e ela me indicou um. Fiquei imaginando um tubo cheio de bambis...
Falar em aprender, olhe a conversa que eu biquei indiretamente, num salão:
_O pastor da minha igreja falou que baseado na Bíblia, em visões e na ciência, o mundo vai acabar em 2014. Porque um meteoro vai cair na Terra, né? Então. Diz o pastor que o mundo vai acabar por força dos 4 elementos: fogo, água, ar e... e... qual é o outro elemento mesmo?
Fubá. Tenho certeza que é fubá. Aí o mundo vai virar um angu.

Tão tá bom, odeio natal e ano novo (não, ninguem terminou comigo no natal), principalmente quando tenho que trabalhar, to odiando não poder estar com muita gente que eu gosto ultimamente (embora não pareça, eu gosto de muita gente, tá?), estou marcando todos os compromissos sociais pra depois de 8/1, quando termina o vestibular, e desejo a todos um feliz ano bom, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.
(Ênfase para a parte do “muito dinheiro no bolso”, que assegura, entre tantas coisas maravilhosas, o pagamento do plano de saúde pra dar e vender)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Blog às moscas...

ow, nós sabemos, estamos relapsas com este blog. Eu? ok, sempre fui...
Ira?Ninguém esperava isso dela, mas fazer o quê? Vocês nunca casaram na vida? Não, sabem o trabalho que dá? (rá! como começar um boato...)

Mas enfim, confraternizações universais (seria pleonástico falar que estão ocorrendo pelo mundo?)... aquele sentimentalismo advindos de manipulação publicitária (sério, é uma necessidade inerente ao homem presentear e ser presenteado?)...pensei em passar por aqui e deixar uma mensagem de natal... (ô...)

Pensei...pensei... pensei... o que é mais natalino que a música da Coca? Ou a vinheta de natal da Globo (chutei o balde e to fazendo merchandising...)
Rá!

Boas festas...
bjosmeligasevcforaIra

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Aos 27...


Então, se você for um rockstar a gente espera que você morra… falo isso me baseando em experiências (ou seriam coincidências?) anteriores – such as (a.do.ro! “such as”), Kurt Cobain, Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Janis Joplin e Amy Winehouse (que ainda tem 26, mas espere pra ver…).

Mas se você não tem uma carreira musical de sucesso, é mais um mero mortal, cuja existência é importante para + ou - 200 pessoas (considerando que todos aqueles no orkut são seus amigos + mãe + irmão + pai + 13 tias ou tios a sua escolha) vamos combinar que a humanidade espera alguma coisa de você… Consigo pensar em algumas coisinhas…

1.     Você deve estar formada e trabalhando… de preferência com uma carreira estável ou em vias de…

2.     Você deve usar meia de nylon daquelas ¾ cor caramelo, cinza, preta, se você for mulher… se for homem, servem aquelas cinzas nojentas que acredito que venham junto com as cuecas brancas de elástico…argh!

3.     Você já deve ter saído de debaixo das asas de sua mãe…

4.     Deve ter um plano de saúde…

5.     Deve conseguir carregar todas as suas compras, desde roupas até mantimentos para o mês… mais o guarda-chuva ( a gente mora em BH e é verão, logo… chove!)

6.     Você deve ter uma pasta e uma carteira de couro, de preferência que veio junto com a pasta, para levar seus documentos para o trabalho e para a casa.

7.     Você deve comer direito, nada de dieta fast food. ATENÇÃO: está terminantemente proibido comer lanches cuja existência está condicionada a crianças. Ou seja, nada de Mclanche, Kid Meals e coisas do tipo.

8.     Você já foi ao dentista várias vezes e está cansada de saber que açúcar é o principal causador de cáries. Portanto, acabou balas Fini, chocolates e chicletes. Afinal, você já é um adulto e sabe da importância de uma dieta balanceada.

9.     Ao encontrar seus amigos, você deve cumprimentá-los de maneira sóbria e perguntar sobre suas famílias e trabalho.

10. Quanto ao calçado, você já aboliu as sandálias de couro, tipo rasteirinha, as de tecido, tipo boneca, e as de plástico. Afinal, uma mulher de 27 anos já tem um gosto refinado o suficiente e merece usar sapatos de couro. De preferência de salto alto e fino. 

Ok, vou ficar só em dez itens… São dez mandamentos, não são? Aposto que ninguém questionou Deus…

Convido-os a um exercício empírico do que eu apontei acima. Peguemos a Ira, por exemplo. Pausa para o momento “Peraí, a Ira está escrevendo um post sobre si mesma?” Querido desavisado, esse blog, embora não pareça, é uma construção conjunta. (Deeer, todo blog é… chama interatividade ou Web 2.0!) Não querido… conjunta no sentido que tem mais de um ser pensante que pode postar coisas ou textos… e esse outro ser pensante sou eu, a Vaidade, prazer!

Voltando…

Podemos falar que a Ira entrou de cabeça nos itens 1, 2, 3 e 4… Especialmente, no 1! Mas a partir do item 5 a coisa desandou… Ela não consegue levantar um alter de 1kg, imagina o guarda-chuva no meio de uma tempestade tropical! Carteira = Hello Kitty, Betty Boop ou qualquer outra “bichice”… Adora supresinha do Mac (ah é, é tão intima do Mc Donald’s que chama só de Mac…) e balas.. todas as balas do mundo, exceto de paçoquinha! Ao ver um amigo ela pula, abraça, se bobear saltita… ela e sua sandália plataforma de plástico transparente, a cena é pior ainda quando os amigos em questão são gays!

Bem, tudo isso pra dizer PARABÉNS MINHA PEQUENA PETER PAN!

P.S.: Ah, esqueci de dizer que pessoas de 27 anos perdoam aqueles que não foram na festinha…

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Teste de Fidelidade


Nada a ver com o meu namoro, gracinhas bobas, que, por sinal, a quem interessar possa, vai muitíssimo bem, obrigada, sem necessidade de teste algum. Mas não é disso que vim falar agora.

Ontem foi meu parabéns. Foi sim, eu juro. E tive que super me conter pra não postar aqui nos ultimos dias, apesar de estar lotaaada de babados pra contar – entre historias de amor, barracos, notícias boas e nem tão boas – porque me conheço há 27 anos e sei bem que eu acabaria dando com a língua nos dentes (ou com o teclado nos dedos) e comentando do meu aniversário, o que estragaria a minha promoção de aniversário 2008.

Até supermercado faz promoção de aniversário, por que eu não iria fazer?

Fato é que vou dar uma festa. Não, ainda não é a festa dos meus sonhos que me prometi fazer antes dos 30 (ainda tenho tempo, tá?), só uma festinha mini, bolo e guaraná, muito doce pra você e tals.

Não gosto muito de comemoração depois do dia do aniversário, mas né, não é todo ano que meu aniversário cai no final de semana, não tenho o status de Jesus pra definir que Páscoa é sempre aos domingos e tal.

Em dia de semana é complicado fazer festa, apesar de as graças do povo lá de casa ter feito festinha no própiro dia à noite, apesar de tudo. (Alguém viu que eu usei “complicado”, e não “foda”? To me esforçando!)

Ah, a promoção é a seguinte: Quem me ligou ontem, ganhou um convite pra festa!

Por inferência, quem não me ligou, perdeu.

...

Quê? Como? Que parte você não entendeu? Se você não gostou, é porque provavelmente não entrou na lista...

Não acha justo? Quem disse que a vida é justa, meu bem? Pra que serviria o dia do aniversário se não pudéssemos tomar decisões arbitrárias? Ok, eu sei, eu tomo decisões arbitrárias o ano inteiro, mas no dia do meu aniversário eu tenho prerrogativa.

Antes que comecem a chover os protestos, tenho que explicar uma coisinha:

SCRAP não é ligação.

Óbvio, né? Tem gente que não acha.

Quem ama de verdade, passou na primeira metade do teste, me ligando. Agora vem a próxima: tem que ir à festa, que não vai ser perto não.

Ah, é, vou aproveitar o post pra agradecer a todo mundo que lembrou, adorei mesmo.

Mais sobre o aniversário: No final da semana passada achei a bolsa dos meus sonhos: o tamanho, as cores, os bolsos, o chaveiro... tudo perfeito. Soprei pra minha mãe, como quem não quisesse nada, que tinha achado a bolsa, tava pensando se ia me dar de presente, mas tinha achado ela meio cara... e não é que ela me deu? Rá!

Ganhei chocolates mil. Ganhei um
post lindo.

Meu namorado me deu o que eu pedi: uma cartinha. Lindíssima. Dependendo de autorização, depois ela vai ganhar um post inteiro. E veio com um livro que eu to louca pra ler havia meses.
A menina que roubava livros. Já comecei a ler. Excepcionalmente saboreando. Devo demorar. E estou lendo sem o papel do lado, mesmo porque qualquer frase do que li até agora (estou na página 32) daria no mínimo um post. Estou apaixonada... Pelo livro também...

sábado, 25 de outubro de 2008

Ninguém chuta


Todo mundo que me conhece sabe do meu parco engajamento político. Morro de preguiça de passeatas, manifestações, bandeiras e afins.
Mas domingo tem eleição. De novo. No primeiro turno fiz uma coisa feia, condenadíssima por quem entende de política, que foi votar em qualquer um que não estivesse em primeiro lugar nas pesquisas só pra garantir que ia ter segundo turno. Pra eu ganhar tempo pra decidir. Porque antes do primeiro turno, não tive nem um tempinho pra ver programas políticos porque estava (e ainda estou, só que menos) ocupadíssima com revisão de monografia alheia. Árduo serviço que adoro fazer, me tira o sono, me deixa estressada, mas garante o leitinho das crianças, né? Essa ocupação me tirou inclusive tempo de escrever aqui. Só lembrava que o blog existia quando alguém comentava – obrigada, adoro – ou quando algum amigo perguntava carinhosamente: “Você não vai atualizar aquela bagaça lá mais não?” Confesso que adoro também.
Mas essa semana eu nem tive nada pra contar. To lá no trabalhinho, do mesmo jeito, pelo visto já aprendi tudo o que tinha pra aprender de diferente. O que significa que nunca mais vou ter novidades, a menos que eu passe num concurso que me deixará mais rica. Falar nisso, ainda to na espera daquele concurso que me arregaçou no primeiro semestre e mais um pouco. O resultado pode sair até 30 de novembro, se a lei não mudar até lá. Mas to esperando. Pacientemente (finge).
Contei que terminei a fisioterapia? Pois terminei. Com a recomendação de ir a outro ortopedista, porque a musculação vai ajudar com o problema do ombro, mas a fisioterapeuta disse que preciso ir a outro ortopedista, um que seja especializado em coluna, porque estou com sintomas de cervicalgia. Que delícia... Até comprei uma bolsa de gel pra esquentar e colocar no meu trapézio dolorido, mas ela ainda ta novinha, embrulhada, na gaveta. Essa sou eu.
Falar em musculação, essa semana fiz a segunda aula. Considerando que a primeira foi há três semanas, dá pra calcular minha disposição em ficar em forma, né. Mas to indo. Já deixei até a roupa de ginástica lá no trabalho, pra que no dia em que eu resolver ir, não dê pra falar “se eu estivesse com minha roupa aqui...”.
Fui também ao hematologista começar a cuidar da minha pancitopenia que já contei aqui, acho que só não tinha contado que aprendi a palavrinha nova que designa a doença, adorei. Ela pediu mil exames de sangue que obviamente ainda não fiz. Mas to andando com os pedidos na bolsa o tempo todo. Quem sabe, né?
Minha mãe foi comigo nessa médica, convocada pra exercer seu papel de mãe. Ela veio aqui, saímos, passeamos, comemos, fomos a uma ótima festa infantil, fomos ao baile da escola e ela ficou numa mesa só de mães, porque combinei com os meninos pra levarem as mães deles também.
Mas voltemos às eleições. Longe de mim fazer campanha pra quem quer que seja, mesmo porque nem acho que eu seja tão influente assim.
Mas xeu contar. Entre o primeiro e o segundo turno, vi alguns debates, fui a um, li coisas, enfim, escolhi um candidato. Não fiz campanha, não vesti camisa, só escolhi.
Nem ia falar disso aqui no blog, até ontem eu ver esse adesivo espetacular. Adorei mesmo. Procurei o texto do adesivo no tio Google e não achei. Fui obrigada a pedir o adesivo a um coleguinha do trabalho pra escanear e colocar aqui. To até pensando em colar ele na bolsa, achei tudo! Será que sair com isso hoje é considerado boca-de-urna? Não, né?

P.S.: Parabéns pra Guanhães, que faz aniversário hoje!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Tem remédio


Sim, hoje é dia de postar.
Meses atrás, minha mãe me contou que achou um remédio milagroso pra gripe. Que podia tomar num dia e no outro já estava boa. Que vendia em qualquer farmácia. Que tinha um monte de efeitos colaterais. E que ela não me passou o nome. Cismei, não sei por que cargas, pois ela disse que nunca falou isso, mas cismei que o trem era uma injeção. Ou talvez ela tenha falado isso na época sim, sabendo que o meu medo de agulhas é do mesmo tamanho da minha hipocondria.
Mas enfim. Numa atitude deseperada ontem, liguei pra ela pedindo o nome do tal remédio. O nome é super complicado, minha mãe é meio surda, eu tava rouca e aí já viu. Meia hora pra resolver o trem. Pelo menos descobri que ele é em comprimidos!
Hoje cedo passei numa farmácia e o cara nunca ouviu falar no remédio. Quando o moço da segunda farmácia respondeu a mesma coisa, comecei a pensar se minha mãe não tinha me dado o nome de uma droga ilícita. Impossível, ela não sabe o nome de nenhuma droga ilícita, chama todas de droga mesmo, tipo “fulano fuma uma droguinha”, morro de rir.
Tentei pedir pelo telefone mas, quase sem voz, claro que não consegui.
Na hora do almoço fui a uma farmácia pequenininha, perto do trabalho e achei. Vendedor velhinho, sabia tudo, claro. Adoro vendedores velhinhos.
O remédio é tão foda que só pode tomar 2 por dia. Acabei de tomar o segundo.
Não, não esperei as 12 horas recomendadas. Mas tive o aval da minha mãe.
Se eu sobreviver, depois conto pra vocês se funciona mesmo.

Frio é pra quem pode


Odeio pessoas que morrem de calor. Não falo de morrer de calor no verão, como seres normais. Falo de quem morre de calor o ano inteiro. De quem se orgulha de falar que nunca vestiu uma blusa de frio. Que chega a qualquer lugar arreganhando as janelas enquanto fala "nossa, mas aqui tá abafado demais!". E ainda quer solidariedade: “não tá?”. E quando quer dar uma de coletivista: “Abra a janela aí pra nós!” Nós, quem, cara pálida? Eu, pelo menos, tenho certeza de que prefiro as janelas fechadas, sempre.
E o povo que me vê de blusa de frio (todo dia, diga-se) e fala (também todo dia) frases como: "Se vier esse frio que você tá esperando, hein?" Tem nobel de originalidade? Que pena que não. E quando falam: "Não, você não pode estar com frio!". Ouvi isso calada por alguns anos, até que finalmente aprendi a melhor resposta ever: "To, mas acho que é porque eu não tenho toda essa camada de gordura que vocês têm na barriga pra esquentar". Em geral funciona e são raras as pessoas com que preciso ser grossa mais de uma vez – nessa modalidade, claro.

Doencite


Tive uma semana super saudavel.
Me alimentei bem.
Almocei de verdade todos os dias.
Comi feijão.
Alguns dias preto.
Comi salada.
Comi carne.
Quase não comi chocolate, mesmo resistindo à remissão que o meu prédio de trabalho faz a um Toblerone.
Andei a pé.
Subi escadas.
Fiz fisioterapia direitinho.
Usei os óculos.
E quebrei a cabeça tentando descobrir por que raios eu estou doente então, se sempre que eu adoecia antes, as pessoas diziam que era porque eu não comia direito e/ou porque eu não fazia exercicios.
Estou morrendo de gripe. Estava com um fio de voz ontem e hoje parece que ele arrebentou.
Custei a descobrir o motivo da doencite:
Acho que é crise de abstinência. Essa semana não fui ao Mc Donalds nem uma vez...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Danslexia


Não sei o que acontece comigo nas aulas de dança enquanto o professor explica o passo. Estamos lá todos em roda, o professor no meio com sua assistente mostrando o passo, falando e fazendo ao mesmo tempo (daria até pra escolher com que sentido prestar atenção). Daí eu pisco e de repente ele grita um desses:
_Vamos la!; ou
_Na roda!; ou
_Com o par!; ou
_...7...8!
E eu nunca, nunquinha, em tempo algum, sei o que é que eu devo fazer. É um não-sei-que-passo-ele-acabou-de-ensinar tendendo para um isso-é-aula-de-que-ritmo?
E quando você faz aula com outro dansléxico? O professor manda pegar o par e me deparo com um cavalheiro me perguntando com um olhar desesperado: “Você entendeu?” ou “O que é mesmo pra fazer?”. Pior é que tenho um crachazinho diferenciado que faz os alunos terem a maior confiança para perguntar. Prova cabal de que imagem é tudo nessa vida... como se o crachazinho me desse poderes subrenaturais.
Mas então. Daí o aluno me pergunta o que tem que fazer. Não posso começar a chorar. Nem a rir. No máximo, sorrir. Não posso sair da sala correndo toda vez que alguém me pergunta isso. Posso fazer cara de brava pro aluno: “Você não tava prestando atenção não? Tsc, tsc!” Posso me esforçar pra prestar mais atenção à aula, mas não dá. Já tentei observar do fundo da sala se isso acontece com o resto do povo. Ta, não assisto a muitas aulas do fundo da sala, mas nas poucas que vi, depois do 8 todo mundo faz direitinho a coreografia do passo recém-ensinado, nenhuma cara de como-assim. O negócio é comigo mesmo. Comecei a reparar o que raios eu fico fazendo enquanto todo mundo aprende o passo. Esforço surreal para, além de não aprender, ainda descobrir o que me atrapalha.
Professor vai pro meio da roda.
Eu começo a viajar. Meu ombro tá doendo. Maldita fisioterapia. Que bonito o sapato dela! Ah, não, muito alto. Essa parede é verde ou azul?
_...7...8!
Aimeudeus! Perdi o passo de novo! Na próxima parada (já notei que acontecem pelo menos umas duas por aula), juro que vou prestar atenção só no professor.
Professor vai pro meio da roda de novo.
Gente, eles têm muita diferença de altura! Mas e daí, ela dança tanto, podia ter 30cm que ainda ia arrasar! Ai, preciso prestar atenção à explicação. Vou olhar pra eles. Tadinha, deve estar morrendo de calor com esse “colã”. Como escreve “colã”? Não faço idéia. Não, não vou pensar na roupa. Já pensou o povo dando aula sem roupa? Saio da sala pra rir lá fora, fingindo que vou beber água. Mas tenho que voltar correndo porque ele já mandou executar o passo... Passo? Que passo? Merda.
Já passou 75% da aula, não deu, duvido que ele vá mostrar mais algum passo hoje.
Mas nos 10 minutos finais:
_Gente, dêem uma olhadinha aqui.
Inspiro, concentro todas as minhas forças. Não pisco, não me distraio com nada. Não enxergo o resto da sala, só os professores. Tenho fé que eles vão fazer um passo e eu vou entender. E eles fazem um passo básico de bolero. E outro. E outro. Devem estar se preparando pra entrar no difição-twist-carpado, né? Claro. Um paradinha... e mais uns dois passos básicos. Ele anda até o som. Mentira que no dia em que eu consegui prestar atenção, ele vai reensinar o passo básico, mentira! Ele:
_Prestaram atenção na música?

P*taquepariu! Definitivamente, não nasci pra isso!



P.S.: Metade da idéia do nome da danslexia é do Haroldo. Idéia discutida enquanto o professor explicava um passo e eu me preocupava em definir uma dislexia corporal...

P.P.S.: Antes de começarem a me zoar, tenho que informar que tenho dislexia de verdade. Nada grave, mas tenho. Num grau baixo, mas tenho. Se bem que esse negócio com a dança é sintoma mais de TDAH do que de dislexia propriamente dita. Não sei. Será que tenho isso também? Aimeudeus.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Diário à la Bridget Jones

Trabalho novo: 1
Coleguinha novo que vai ficar sem emprego porque eu cheguei: 1
Peso na consciência por causa disso: 0,2
Amiguinhos dizendo que eu vou superar isso: 4
Pessoa apelando e mandando então que eu doe todo o meu salário pra ele (depois de eu insistir que vou ficar mal com isso): 1
Superação depois da apelação: 1
Coleguinhas que mal olharam pra minha cara e já resolveram contar as suas mazelas: 2
Dia em que trabalhei tanto quanto hoje: não lembro
Sapato estragado: 1
Zouk dançado: 0,5
Peso que estou levantando na fisio: 1 kg (o dobro da última sessão, para o caso de alguém não ter notado!).

domingo, 28 de setembro de 2008

Mulherice

Fisioterapia dói

Arrumei uma doença nova. Uma não, duas. Tá, meus ombros sempre doem – nos últimos meses mais -, estalam de vez em quando, não consigo fazer a força necessária nas aulas de dança de salão, não agüento peso nenhum nos braços e ultimamente nem tava conseguindo segurar no ferro de cima do ônibus. Daí fui ao ortopedista. Que diagnosticou instabilidade nos ombros e hiperfouxidão ligamentar. Algo como as correias (ou ligamentos) que prendem meus braços estarem frouxas. Ótimo. 10 sessões de fisioterapia.
No dia da avaliação – surpresa! -, minha mochila pesava 13kg. Achei melhor não contar pra fisioterapeuta que a mochila tava mais leve por causa das pseudoférias. Tomei um xingo, claro. Aí ela foi me submetendo a mil testes, um deles inclusive pra mensurar a força. Tipo, numa escala de zero a dez, minha força nos braços é três. Três! Daí lembrei que nas aulas do Érico-Rei ele fala que não é preciso fazer muita força no contato com o cavalheiro, basta a força de um bebê. Dada a dor que tenho sentido nas aulas, acho que um bebê me nocautearia com uma mão nas costas, que derrota!

A fisio tá super chata. To na terceira sessão, rezando pra acabar. Por causa da maldita da apalpação – uma das etapas -, meus ombros estão doendo mais que sempre. Prova cabal de que não tem nada a ver com meu stress – to estressando com nada essa semana. Na verdade não são os ombros que mais doem, mas o trapézio, músculo que eu nem sabia que tinha no corpo, pra mim era só uma figurinha de geometria plana. Enfim, eu tenho e dói pacarai. Lá também eu faço uns exercícios com pesinhos, pra fortalecer o bíceps e o tríceps e estou fazendo com – não riam! – meio quilo em cada mão. Mas amanhã vou aumentar! Depois eu faço um negócio com ultra-som, que é gostosinho, não dói, ela fica passando gelzinho no meu ombro enquanto me fuzila de radiação. É a segunda melhor parte. Depois tem um negócio que ironicamente elas chamam de “relaxamento”. É tão ruim quanto a apalpação do inicio, dói horrores, ela monta de cotovelo no meu trapézio, quase morro! Depois vem o choquinho, uma delícia, me faz dormir: ela cola em mim quatro eletrodos que fazem contrair a musculatura. Acho que é assim que funciona aquele Total Shape, com que a gente pode emagrecer comendo x-tudão.

Mas, como dizia alguém, o inferno tem porão! E na terça tenho avaliação da academia em que vou começar a fazer musculação, antes mesmo de terminar a fisio, também recomendada pelo orto...

Edifício Toblerone

Só porque eu tava em casa tinha que postar todo dia? Não, né. Mas vou atualizar da última semana. Parei no dilema “e-agora?-começo-logo-a-trabalhar-ou-curto-minha-folguinha?” em que eu quase me vi compelida a começar logo, deixando a fomiagem costumeira comandar o meu ser. Daí várias pessoas foram me dando idéia de curtir preguiça uns dias. Não que eu seja influenciável, mas estou tentando ser uma pessoa espiritualizada e fiquei sabendo de fonte seguríssima que, para isso, tenho que saber ficar à toa. Nó, mas sou tão nerd que quase me sinto culpada de acordar tarde, sabe? E falo: “amanhã vou fazer isso e aquilo outro” e não faço bosta nenhuma, claro. E minha consciência quase pesa. Atenção para o quase.

Não é que eu não tenha feito nada, só não fiz tudo o que tinha planejado... não vi TV (nem novela, nem sessão da tarde, nem nada), não fui a todos os médicos a que tinha planejado... Em compensação, comecei a fisioterapia (tô toda lenhada, jajá eu conto), namorei um monte e dormi e comi tanto que recuperei o quilo que tinha perdido na semana anterior.

Enfim, amanhã começo a trabalhar e tudo volta ao normal. Tomara. Claro que sexta fui lá ver a cara do prédio e do povo. Meu prédio é lindo, parece um toblerone em pé! Agora, claro que além do Edifício Janaína Pimenta que vou ter quando ficar rica, residencial, vou ter que ter também o Edifício Toblerone, todo comercial... Saco!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Antigo trabalho

Semana de mudanças drásticas. Vou falar só da parte do trabalho, que é pro post não ficar enorme (como se adiantasse...). Saí do meu antigo trabalho. Antes que comecem as piadinhas sobre como eu ficava no blog e no msn ao invés de trabalhar, digo que fui eu que pedi demissão. (E que minha chefe estava super satisfeita comigo... e que minha caixinha de reclamações não tinha nenhum papel!) Quem acompanha o blog sabe que passei num concurso público. Não foi o primeiro em que passei, mas foi o primeiro interessante, pelo qual pareceu valer a pena cortar o meu cordão umbilical com a Universidade. Sim, porque eu nunca cortei efetivamente o cordão, né. Desde 1997, quando Guanhães me exportou pro Coltec, onde eu passava os dias de semana das 7h30’ às 17h30’ e alguns finais de semana também. Formando em 1999, fiz o estágio do curso técnico lá bem pertinho do campus e vira e mexe eu almoçava lá.
Ano 2000, passo no vestibular. Adivinha onde? Lá. Entrei em 2001, fiz n estágios, muitos mesmo, em vários lugares, e o último foi nesse lugar de onde saí anteontem. Em 2006, com a formatura, o pseudo-casamento e a mudança de estado, larguei o estágio, com uma festa de despedida super pomposa, lágrimas e tudo mais. Dois meses depois, estava de volta a BH. Passei menos de uma semana procurando emprego – traumático! – e minha ex-chefe me chamou pra trabalhar lá. Com um contratinho, pois sem vinculo com a Universidade – eu tinha formado, lembra? – era impossível ser estagiária. Dois meses depois, fui formalmente contratada através de uma fundação terceirizadora. Assinaram minha carteira pouco depois de eu fazer 25 anos. Mágico, se a lei não mudar ate lá, não vou trabalhar nem um dia a mais pro governo, pois vou completar 55 anos de idade e 30 de contribuição previdenciária no mesmo ano, como reza a Constituição federal, em algum artigo entre o 37 e o 41, to com preguiça de olhar agora.
Enfim, saí.
Quarta foi meu último dia. Tarde de festa, claro. (Adoro como as pessoas manifestam a alegria da saída de um coleguinha...) Enquanto comíamos, aquela chuva monstro arregaçava os carros dos coleguinhas lá fora.
Trabalhei no último mês como nunca trabalhei nos últimos anos. Entrei lá em fevereiro de 2005. Me senti uma rena em véspera de Natal. Pelo menos consegui deixar tu-do com o que eu mexia fechado. Tudo, tudo, tudo! Limpei minha mesa, sempre cheia de papéis bagunçados. Passei tudo pra quem tinha que ter passado. Falei pra ninguém me ligar perguntando nada de trabalho (se for pra contar babados, pode, né?).
Reclamei de um dos toques barangas do celular de um coleguinha e disseram que dali a uns dias eu estaria com saudade. Disso não!
Mas vou ter saudade de montes de outras coisas:

De alguns coleguinhas, especialmente amiguinhos que fiz lá e quero levar pra sempre.

Do instant messenger institucional (juro que tinha!), que servia pra descermos a ripa nos coleguinhas presentes.

Do mundo de coisas pessoais que eu levava pra lá, brinquedos, sapatos, coisinhas, já chegando ao absurdo de misturar tanto ao ponto de achar receita médica minha dentro de processo administrativo.

De todo mundo lá conhecer as minhas calcinhas. Péra, vou explicar. Fato é que o banheiro de lá tem uma parte comum, onde ficam as pias, armários e espelhos e só depois é que vêm as portinhas de menino e menina. Só que eu costumo só ir ao banheiro quando estou ultra apertada – mooorro de preguiça – e saio correndo feito louca pelo corredor e já começo a desabotoar a calça, que é difícil. Minha calça de uniforme tinha 2 botões, um virado pra cada lado, e um zíper. Ou seja, já chegava à parte comum com meia calcinha de fora. E vira e mexe tinha alguém saindo que me olhava torto.

De correr no corredor todo dia e deslizar no final.

De tomar choque na porta e no corrimão e ouvir a piadinha mongol de que eu sou muito elétrica.

De contar um caso, rachar os bicos sozinha e depois repetir pausadamente pro resto dos mortais entender (quem fala rápido aqui?).

De parar o serviço pra comer lanchinhos no meio da tarde.

De andar com o celular preso no cós da calça. (Baranguice!) Um vez eu dei um pulo ao sentir meu celular descendo pela perna. Mini-xilique, claro. Quando todo mundo tava olhando, ele brotou perto do meu pé. Sorri candidamente e continuei a fala.

De servidor que me ligava e me estressava.

De servidor gracinha que me levava bombons e me elogiava.

Do dia que eu mandei um servidor entrar no “blog” da universidade. Algo relacionado com o fato de eu estar postando enquanto falava com ele???

De postar no blog, falar no msn, mexer no orkut, olhar meu email, atender telefone e fazer pareceres ao mesmo tempo. Meu primeiro chefe lá, que depois de um tempo virou coleguinha (eu que virei, né?) um dia perguntou como é que eu conseguia ficar mexendo com esse tanto de coisas e ainda produzir mais que ele. Eu tinha intimidade o suficiente pra dizer: “Porque você fica perdendo tempo olhando pra minha tela pra ver o que eu estou fazendo”.

De despedir de um telefonema com uma pessoa importantíssima que eu nem conhecia e nem conheceria mandando beijo.

De falar meses com pessoas de que eu só conhecia a voz, um belo dia conhecer pessoalmente e dizer: “Ó, você que é fulano???”. E claro, desconstruir a imagem que eu fazia na minha cabeça baseada na voz.

De ficar nervosa antes de falar com o reitor.

De sair da sala correndo pra rir lá fora de alguém.

De ter acesso de riso atendendo pessoas. E pra explicar que não era deles que eu tava rindo?

De ter acesso de choro ao telefone, resolvendo coisas pessoais. E como não dá pra evitar, de todos os coleguinhas participarem da vida da gente. Sala pequena...

De dividir lanchinhos.

De lanchinhos que não eram pra ser divididos. Às vezes era tudo meu – que eu mostrava antes de enfiar na boca, claro – ou só pra mim e pra Paula. Já soube de sumirem coisas de coleguinhas da geladeira, e lancei a política de colocar bilhetinhos ameaçadores nos lanchinhos, alguns prometendo amaldiçoar toda a família de quem pegasse.

De pagar língua, odiando pessoas e ficando amiguinha depois.

De quebrar a cara, babando ovo de gente que definitivamente não vale nada.

De ganhar presente super personalizado da minha chefe, que tem super fama de mauzona. Eu evitava ir à sala dela por causa do cigarro, e tinha gente que jurava que era algo com ela.

De ganhar elogio da minha chefe e zoar os colegas que não ganharam.

De criticar um projeto da mesma mauzona, embasadamente, claro, todo mundo esperar ela me descascar, mas ela concordar.

Do dia em que eu e Thays fizemos o blog. Lá no trabalho. No horário de trabalho. Do computador do trabalho, de onde saiu a maioria dos posts. Nem sei como vai ficar isso agora. Terei um estagio probatório a cumprir, né.

Foram 4 anos, a gente acaba se apegando a uma ou outra coisa. Ou a todas.
Quarta foi meu último dia de trabalho lá. Quinta passei um dia de desempregada. Se nada mudar, o último.
Tomei posse hoje na prefeitura. Virei oficialmente uma funcionária pública municipal. Tenho dez dias pra entrar em exercício. Pretendo usá-los todos. Só vou poder ver sessão da tarde de novo no final de 2009, quando terei férias. Falar nisso, semana que vem só tem filmes ruins, acabei de olhar. O melhorzinho tá quarta, Família Buscapé. Claaaro que vou ver. Preferia Lagoa Azul ou Curtindo a vida adoidado, mas se eu tivesse o poder de determinar assim as coisas, usaria para determinar outras...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Não sei precisar


Não sei precisar quantos amigos eu tenho, mas posso dizer que não são muitos e que os amo.
Não sei precisar quanto dinheiro eu pretendo ganhar, mas estou me esforçando pra ter mais.
Não sei precisar quando foi que eu comecei a sorrir, mas sei que eu já era bem grande na época. E tem sido bom desde então.
Não sei precisar em que período do meu curso de graduação eu decidi que não queria “engenheirar” na vida, mas lembro que decidi e ainda assim continuei o curso. E foi bom.
Não sei precisar quando foi que minha última crise existencial passou, mas sei o dia e a hora em que começou e o quanto doeu.
Não sei precisar quando foi que eu fiquei tão descrente, mas há muito tempo não acredito que as coisas ruins melhorem no final e nem que as pessoas mudem.
Não sei precisar de uma pessoa específica. Porque das genéricas todo mundo precisa o tempo todo, mas precisar de uma é ruim, gosto não.

P.S.: Isso é um post e só. Não é pra ninguém tentar interpretar. Não precisa.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

D com louvor


“…anemia…
…leucopenia…
…plaquetopenia…
…neutropenia…”


Finge que isso aí é um cardápio. Finge que eu não tenho educação e escolhi todas as opções. É, tirei esses nomes aí do meu laudo médico pericial. Passei num concurso difícil e quase tomo pau no exame de sangue, pode?
O perito com que fiz meu exame admissional fez muitas perguntas com meu exame de sangue na mão, não gostei.
Perguntou se meu cartão de vacina está em dia. Rá, né? Claro, tomei aquela de gotinha da campanha do Seu Boneco. Se não me engano, foi em 1992.
_Então você não tomou a da hepatite?
_Não.
_Nem nenhuma do tétano?
_Não (deurmelivre!).
Se me perguntassem por mais uma vacina eu nem podia gritar, porque me ensinaram que a gente tem que sorrir pros peritos, né?
Então. Ela pediu pra repetir os exames. E encaminhou prum hematologista. E sugeriu que eu regularizasse o cartão de vacina. Até tentei, tomando a da rubéola ontem, no meu braço que não estava doendo. Agora estão os dois doendo, ó que ótimo!
Depois dessa novela toda, escreveram “APTO” no laudo. Tipo, você está quase morrendo, mas pra tarefa que você tem que desempenhar, dá. Eba! Passei com D, como sempre. Com louvor. Não acredito em A com louvor. Louvor é pra quem tira D. Pra gente dizer que escapou do abismo, tem que estar na beiradinha. A 2m de distância não dá nem pra se orgulhar.
Mas então. Além do stress da expectativa, tinha que escutar uns comentários de “também, né, você só come porcarias” e umas piadinhas tipo “se tivesse um McFígado, hein!”. Saco. Nem é isso. A questão genética é mais forte do que pode parecer. Eu já tava até planejando processar o Corregedor por preconceito racial caso ele me reprovasse, mas não foi preciso, hehe. Claro, porque se um cara que não é médico pega um laudo escrito “apto” e vai escarafunchar a quantas anda o meu sangue, ele só pode estar de implicância com a minha foto, né?

Independence Day


Fui pra Guanhães no “feriado”. As aspas são devidas ao feriado cair num domingo, ninguém merece. Mas fato é que fui pra Guanhães na sexta. Mamar na minha mãe, como já tinha contado aqui. E ver o desfile de 7 de setembro, do qual o povo lá de casa participa ativamente.
Assim, as escolas da cidade todas desfilam. Minha mãe trabalha em duas – desfilou duas vezes. A cidade tem três fanfarras: A maior e mais tradicional de todas, do colégio em que eu estudei lá, é liderada pelo meu tio Luiz. A segunda, das escolas municipais, é liderada pelo meu irmão. A outra é dos ricos, rs.
Óbvio que vou morrer chamando Luiz e Thiago de fanfarrões, claaaro!
Fui pra assistir o desfile, não imaginava que iria participar tanto dos bastidores.
O desfile começaria às 7h30’ da manhã. Pontualmente (ahã!). Às 15 pras 7, Luiz e sua fanfarra deveriam estar no colégio. E eu junto, porque ele me escalou pra ser sua assistente. É que ele precisava de alguém malvado pra ajudar na entrega dos instrumentos, alguém que não se comovesse com os meninos pedindo pra fazer trocas. Não que eu seja esse tipo de pessoa (longe de mim!), mas é que eu era a única pessoa da casa que não ia desfilar e tinha menos de 80 anos. Claro que agora estou visualizando tia Bernardina fazendo minha tarefinha...
Enfim. Fomos. O desfile das 7h30’ começou às 9. O sol rachando. Nunca mais pergunto cadê o aquecimento global. E ainda faltam quase duas semanas pra terminar esse inverno escaldante. Se bem que reclamo do calor tanto quanto do frio, não importa. Mas prefiro frio. Só pra constar.
Voltando.
Meu primo Vinícius, de 5 anos, desfilou com a escolinha dele. Quando ele chegou ao final do percurso de quase 2km, estávamos esperando. Trocamos a roupinha dele e levamos de volta pro início: a fanfarra do pai dele ia entrar e ele ia junto. Tocou mó bunitinho. Agüentou firmemente, brilhou! Vinícius é uma graça, ele não chora! Andou mil anos e não chorou, já machucou e não chorou, no dia em que a mãe dele foi embora, deixando ele e os irmãos pra trás, ele não chorou. Qualquer dia eu conto aqui.
Depois do desfile, tive um acesso de stress, comecei a chorar e Vinícius começou também. Que dó, morri de remorso, parei de chorar e comprei montes de balas pra nós. Quem disse que dinheiro não traz felicidade? Quem visse a gente sentado no chão morrendo de rir não diria que estávamos chorando minutos antes. Saudade de quando eu era pequena e não sabia o que significava ser bipolar...
Falar em ser pequena, eu devo ter sido uma das únicas da família que não desfilei em 7 de setembro nenhum na vida. Estudei 4 anos no colégio. Antes de eu entrar, tinha desfile. Depois que eu saí, tem. Estudei no limbo cultural, que beleza!

P.S.: não gosto de videozinhos, mas esse aqui é pra quem quiser saber o que é fanfarra. Só achei no youtube a dos ricos, mas, né, viu uma, viu todas...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ex post


Outro terminho novo que aprendi. Em latim, claro, porque agora eu to assim, chique.
Aprendi na prova ontem. “Ex post” é posterior, assim como “ex ante” é – adivinhe! – anterior. Viu como latim é obvio?
Vamos às respostinhas coletivas:
_A prova tava difícil?
_Sim.
_Você acha que passou?
_ Não faço idéia.
_ O resultado é quando?
_ Em 90 dias, se a lei não mudar nesse período, como aconteceu há pouco tempo.
Detalhes sórdidos:
Claro que eu sabia que essa seria a prova mais difícil ever, mas tava tranqüila quanto ao fator que me arregaçou na etapa anterior: o tempo. Seriam só duas questões, rápido e indolor, eu ia terminar rapidinho. Mas aí a aplicadora põe a prova na minha mesa. Virada pra baixo. Vejo a numeração na última página, quase chorei: 16. 16 páginas de prova? Era pegadinha, né? Quem gasta 16 páginas pra escrever o enunciado de duas questões? Só o enunciado, porque o caderno de respostas era outro!
Ai, meu Jesus Cristinho! Por que eu trouxe 500 mL de suquinho de maracujá e não um coquetel de Coca Cola com café??? To ferrada, não vai dar tempo.
A carteira era daquelas mais vagabundas, de braço. Que só cabe o braço mesmo, né, porque quem sou eu, toda a minha largura, canetas, bolsa, lanchinhos, suco, água, balas, lencinhos, e mais os dois cadernos, um de questões e o outro de respostas, sendo que o segundo era o que eu tinha que devolver, sem dobrar, nem amassar, nem sujar, nem nada, como???
Tirei o grampo que prendia o caderno de questões. Tive que pedir autorização e tudo, claro, mesmo a prova sendo minha. Toda hora uma das minhas coisas caía.
A prova tava grande sim, mas tava tranqüila. Teve uma das questões que tinha 2 entraves:
1 – não falava qual a proposição queria
(Parêntese: pra quem não sabe, a prova era de redação parlamentar. O edital do concurso já tinha me contado que a questão de redação poderia ser “a elaboração de proposição – projeto de lei ordinária ou complementar, projeto de resolução, proposta de emenda à constituição, emenda ou requerimento -, de ofício ou de pronunciamento.”. Viu por que eu chamava de prova twist carpada??? Fecha.)
Então, a questão não falou qual proposição queria. Contou uma historinha e mandou editar uma norma usando a proposição adequada. Diliça. Ainda bem que minha mãe Diná interior tava de serviço, senão, nem sei.
2 – pedia uma justificação pra proposição de 30 a 40 linhas.
Jesus, fiz um bocado de exercícios, e todas as minhas justificações davam 3 a 4 linhas. Fiz uma de 7 linhas outro dia, mas meu orgulho só durou até eu perceber que tinha repetido coisa. Claro, porque eu escrevo posts enormes, mas me dava uma preguicinha de justificar pertinência de lei... Então. Escrevi. 37 linhas.
A segunda questão teve uma surpresinha. Dizia o edital que a segunda seria “revisão de texto de proposição - projeto de lei ordinária ou complementar, projeto de resolução, proposta de emenda à Constituição, parecer, emenda ou requerimento -, de ofício ou de pronunciamento.”.
Como todos puderam notar, tá, duvido que alguém que não estivesse fazendo a prova tenha notado, mas a única proposição que poderia ter na questão de revisão que não teria na de redação era “parecer”. Logo, todos nós, eu e meus espertos concorrentes, concluímos que a revisão seria de parecer. Senão, pra que ele ia aparecer só na parte da questão de revisão, né? Né não. Veio um pronunciamento.
Mais fácil? Sim, pra mim e pra todo mundo que não estudou nada. Tinha uns 6 tipos diferentes de pareceres, e eu sabia todos, ódio.
Li o pronunciamento quase até decorar. A cada vez que eu lia, achava mais uma coisinha pra mexer. TOC dos infernos.
Quando a aplicadora avisou que faltavam 15 minutos, eu parei e entreguei. Odeio que puxem a prova da minha mão.
Ou, a sensação de terminar um concurso desse tamanho – 3 etapas que vêm rolando desde o início do ano – é um negócio maravilhoso, difícil até de descrever. É uma sensação parecida com a que eu tive na minha formatura, um gosto de dever cumprido, de pronto-acabei. Meio “sim, isso não garante nada, mas pelo menos não tem mais nada que eu possa fazer a esse respeito agora”.
Agora tenho que esperar. E enquanto espero, tenho tanta coisa inútil pra fazer! Ontem por exemplo, depois de dormir a tarde inteira, fiquei vendo videozinhos de bobagens no youtube. Não que eu não visse antes, mas é ótimo fazer isso (ou qualquer outra coisa) sem a sensação de ao-invés-de-estar-fazendo-isso-eu-deveria-estar-estudando-como-aposto-que-estão-fazendo-os-meus-concorrentes.
Ainda bem que aprendi a valorizar o ócio antes de envelhecer.
Ócio assim, né, to trabalhando horrores – mudando de trabalho, aliás – voltei pra dança, peguei um serviço imenso de revisão pra fazer... a diferença é que agora eu vou ter um tempinho pra mim. Vou ter mais tempo pra sair pra bater papo com os amigos (tadinhos, eles não agüentam mais me ouvir dizer “não posso, tenho que estudar”), vou mamar na minha mãe l’em Guanhães no fim de semana que vem, vou arrumar meus armários, vou dar atenção direito pro meu namorado, que vai descobrir essa semana o que é me namorar sem o stress do concurso – ele só me conhece há pouco mais de 3 meses.
Sério, to pensando seriamente em dar um tempinho com esse negócio de concursos. Pelo menos até o final desse ano. (Claro, vou aproveitar a maré baixa devida às eleições...)
Caso eu passe nessa prova que fiz ontem, o que muito desejo, mas realmente não sei se é possível, talvez eu dê até um tempão. Quem sabe, né?

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Torçam

Rezem
Orem
Peçam
Desejem
Façam promessa
Façam corrente
Acendam velas
Despachem
Meditem
Mandem energia positiva
Façam a parte de vocês pra eu passar na prova de domingo, por favor!
Prometo tentar fazer a minha parte da melhor forma possível.

Assim ninguém vai ficar com remorso no caso de eu não passar.

To tensa? Siiiiiiim!

Michael

Hoje é o aniversário do rei do pop. 50 anos. No mesmo ano dos 25 anos do seu Thriller, o álbum mais vendido da historia, e o que ficou no topo da lista dos mais vendidos dos EUA por mais tempo (82 semanas).
Ele nem aparenta a idade que tem. Também, morou em Neverland quanto tempo?
Ele é o cara. É o Jackson One que se deu melhor dos Jackson Five. O cara é o melhor em música, em dança, em produção. Porque diz a lenda que ele é tão chato que os clipes dele só podem parar de ser rodados quando ficam perfeitos. (Ê doença boa!). É o cara que foi um marco de todos os jeitos que poderia ter sido.

O único álbum que tenho dele é o vinilzão desse aí do lado, Dangerous. È o que tem “Heal the world”, que não entra na minha cabeça como música do Michael, sempre penso em música da Free Willy. Nesse também tem Black or White, que adoro. Excelente discussão pro cara que foi o primeiro negro a fazer um monte de coisas. E em seguida ficou branco. São Pedro não vai nem reconhecê-lo quando ele chegar no céu. Olhe isso:





Adoro ficar em casa à tarde quando posso, não só pra ver sessão da tarde, que amo, mas também pra ouvir “Don’t stop ‘till you get enough” na abertura do vídeo show, amo!
Continuo adorando ele, vi o show que ele fez na Romênia todinho pelo msn in concert, e só posso dizer que ele continua em ótima forma. Mas morro de saudade do tempo em que ele era preto e tinha nariz. “Who´s Bad” se encaixava muito melhor. Se bem que não foi com esse nariz que ele nasceu não...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Imissão de posse

Aprendi palavrinha nova e tiiive que usar, claro. Não antes da angústia que antecede a consulta ao dicionário.
Escutei “imissão” pela primeira vez e logo pensei que se tratasse de alguém com problema de dicção tentando falar “emissão” ou “em missão”. Perfeitamente possível, dado que tem gente que fala “murango”. Horrível, mas tem. E eu conheço (quem vê até pensa que eu não falo “divera”...).
Então. Semana passada eu imiti na posse do trabalho novo.
Ah, é, tenho que contar o que é imitir, ó que lindo. Acabei aprendendo essa também, porque olhei num dicionário burro:

imissão
[Do lat. immissione.]
Substantivo feminino.
1.Ato ou efeito de imitir. [Antôn.: emissão. Cf. imisção.]


(Não agüento quando o Aurélio dá essas definições mongóis...)

imitir
[Do lat. imittere, com mudança de conjug.]
Verbo transitivo direto.
1.Fazer entrar; pôr para dentro; meter.
2.Investir em. [Cf. emitir.]


Então.
Recebi na sexta feriado um telegrama me mandando aparecer com mil documentos na terça seguinte pra tomar posse. Tá, eram só 19 documentos, mas enfim.
Sempre tem aqueles ridículos que a gente já tem fácil, como carteira de identidade e tals, e tem uns ridículos que a gente desorganizada deveria ter à mão, mas tive que gastar tempo do fim de semana procurando, como diploma e título de eleitor. Claro, jurei que vou fazer uma pasta de documentos. Mas também jurei isso da última vez em que precisei da minha carteira de trabalho, pus a casa abaixo, não achei, mandei fazer outra e – surpresa! – logo depois achei a velha. E não arrumei a pasta, óbvio. Assim, comprei a pasta e ela tá lá, cheinha de divisórias vazias. Tá, vou arrumar. Depois de 1º de setembro. Talvez.
Então. Na sexta era feriado e tive que esperar chegar segunda pra eu ir pra rua arrumar documentos como nada-consta e certidão do INSS de que eu não sou aposentada por invalidez(!). Claro, se eu fosse super aposentada por invalidez, acho que não ia ter muito jeito de esconder, né? Mas enfim. Matei uma manhã de trabalho correndo atrás dos documentos, autenticando coisas e tal.
Tive que tirar foto (terceira vez esse ano. Toda vez eu tiro oito, gasto uma ou duas e ainda não descobri o que faço com o resto). Claro que no único dia que tinha pra tirar foto, minha cara acordou que nem um Chokito e eu tava uma diva maquiando as espinhas na fila do INSS pra tirar a foto histórica que iria pra minha nova ficha funcional.
No dia seguinte, a imissão de posse. Matei serviço de novo, mas dessa vez, minha atual chefe já estava sabendo.
Cheguei lá com os documentos todos certinhos, juntinhos, na ordem. Quando me chamaram (chamaram logo, porque foi em ordem de classificação e eu tava até bem classificada), a moça ficou surpresa:
_Ó, você é a primeira que apresenta tudo completinho!
Como assim, tinha a opção de não apresentar tudo completinho? Tinha, o povo teve mais um prazo pra levar os documentos faltantes. Que favela, Jesus!
Quem recebeu a gente foi a Gerência de Incorporação (aquelas, né: se aparecer alguém aqui rodando e vestido de baiana eu saio correndo!). A mulher não foi nada amável, falou que o trabalho é ruim, o salário é ruim, as canetas são ruins e o plano de saúde é – adivinhe! – ruim! Falou que os nossos direitos estão na lei tal, mas que ela nem se deu ao trabalho de ler. Nessa hora eu parei de escutar – fiz questão de não escutar – e comecei a reparar na cara do povo. Tá, na roupa do povo. Já escolhi uma menina pra odiar. Pra amar ainda não, né, que amor é uma coisa construída, mas ódio eu distribuo de graça.
Nunca escrevi tanto meu nome na vida. Preenchi umas 20 fichas com cabeçalhos parecidíssimos, todas a mão. Fui a primeira a acabar (adedanha, eu te amo!) e tive que ficar esperando o resto do povo. Saco.
Depois de um tempo que eu estiver lá, vou sugerir que mudem a pessoa que recebe os calouros. A recepção pouco calorosa daquela (des)Graça broxa as pessoas, eu teria desistido se não fosse muito centrada (estrelinha pra mim).
Agora to fazendo mil exames médicos, demissionais, admissionais, atrasadais – porque eu fui procurar meus documentos e achei mais dois pedidos de exame velhos pra fazer. Meu médico nem põe data mais, porque já me conhece.
Ontem quase surtei de raiva aqui no trabalho. Depois lembrei que daqui a poucos dias não estarei mais aqui e liguei o foda-se. Liguei assim, né, concentrei todo o stress somente na prova de domingo. Porque se é pra sofrer do estômago, que seja por uma causa que me pague muitos milhares, né não?

Todo mundo rezando?

Amanhã não venho trabalhar: exame demissional de manhã, admissional à tarde e no meio do caminho tenho que buscar outro exame e ler uns pareceres...
Hoje pego meus óculos. Acho que isso pode ser útil pra prova de domingo. Porque se fizer diferença a cara de inteligente com que os óculos me deixam, já passei.
Imagem é tudo nessa vida.


P.s.: Ilustração tirada de muleburra.blogspot.com.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Combo


Eu sei, eu sumi do msn sim, do blog, da escola e de tudo. Mas tenho boas desculpas! Tive uma das semanas mais atribuladas da minha vida.
Seguinte: parece que agora finalmente vou virar funcionária pública.
Claaaaro que Jesus não permitiu que fosse aqui mesmo onde trabalho, e to providenciado a minha mudança de emprego. Aquelas coisas, cumprir aviso prévio, correr pra fechar os programas que só eu mexo, passar minhas tarefinhas pros trouxas colegas que vão ficar. Brincadeirinha, adoro esse lugar.
Um post de 500 palavras vai ser pequeno pra eu me despedir desse meu trabalhinho de anos. Em setembro vou começar a redigir.
Sim, claro, porque em agosto não tenho mais tempo. Deu-se que resolveram marcar minha prova twist carpada pro domingo 31/8. Ferrou, ferrou, agora ferrou tudo! Tenho que estudar tudo que devia ter estudado desde o início, mais o do tempo que eu enrolei e mais o de agora, porque não to conseguindo porque to estressada.
Não, porque pré-prova sem crise existencial não tem graça nenhuma.
To quase morrendo. E não to estudando adequadamente porque to nervosa, e to nervosa porque não to estudando adequadamente.
E não posso perder tempo tentando relaxar, porque tenho que estudar.
E agora, meudeus?????
Enfim, esse post não era pra reclamar da vida, era pra contar da minha ultima experiência sensorial. Não, não saí do corpo, só provei os sticks de arroz do Mc menu da China. O sabor é... como explicar... o gosto que eu imagino que se deva sentir quando se lambe um pivete imundo da rua. Não dá pra explicar... Não dá pra engolir... Podre. Odiei. Não recomendo nem pra quem eu não gosto (e olhe que eu não gosto de um bocado de gente, hein?).

Posso pedir pra todo mundo mandar energia positiva pra mim?
Obrigada, to precisando.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Qual a Xancy????


De eu, caindo de sono, deitar, me ajeitar na posição própria para o módulo "dormindo", levantar, ligar a TV só para assistir
a prova de ginástica artística?
Pior, o Brasil ficou em último lugar e eu quase chorei....

De eu abrir a carteira, contar moedinhas, separar R$0,80 para comprar um brigadeiro, parar e pensar
"eu realmente preciso de um brigadeiro?" ???
Pior, eu pensei e descobri que não precisava e guardei o dinheiro.

De eu ligar no meio da tarde para a academia, marcar uma avaliação física (pré-requisito para fazer musculação,
para aqueles que nunca viram uma academia de musculação, viu jana?) porque tomei consciência de que estou gordinha???
O que é pior, eu tomar consciência da minha gordice ou eu ter uma consciência ativa???

De eu escrever do nada, assim por livre e espontânea vontade, um post e gastar mais que dois minutos procurando imagem que faça sentido para ele??? Publicar ele no blog errado e ter todo o trabalho novamente para colocá-lo aqui??? (Rá! achei uma vaca voadora, não faz muito sentido, mas "e daí?")


*Eu sei excrever chance, mas em homenagem ao Kafonesi fica assim...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Boca


Não foi a primeira pessoa que falou da minha boca essa semana. Mas o outro que falou foi mais pra elogio. Eu acho.
Adoro esses amigos que me arregaçam verbalmente quando precisa. O problema é quando eles se empolgam. Daí toda hora que ele dá uma respirada maior, você acha que acabou, mas descobre 2 segundos depois que era mentirinha e que o sermão continua.

Foi assim: eu falei uma coisa muito asna (novidade!). Tá bom, eu sei, fui eu que comecei, mas, pô, precisava me esculachar daquele jeito?
Precisava. Pra virar post.
Leia e morra de dó de mim:

“Nossa, mas a sua boca é maior que o seu cérebro!

Eu já sabia que o seu cérebro era maior que o seu coração mas, nossa, a sua boca é maior ainda!

Na verdade o seu bom senso é menor que o seu coração, que é menor que o seu cérebro, que é menor que a sua boca!"


(Parêntese: Nessa hora, eu e minha esperteza estávamos com caneta e papel na mão. Tive, claro, que escrever a equação
Bom senso < coração < cérebro < boca
E perguntar: é isso mesmo?
Ele confirmou.
Eu: Ah, vou escrever a equação ao contrário, senão vai ficar parecendo que a minha boca é muito grande!
Isso bastou pra ele continuar o sermão:)

"Nossa, você não entendeu nada do que eu falei!

Pode escrever a equação desse jeito mesmo, mas passe o cérebro lá pro início.”


E amo esse menino. Sou masoquista? Não precisa responder. Não quero outro sermão não, obrigada.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Você sabe como Deus lava batatas?


Você sabe como Deus lava batatas? Eu aprendi na última religião esquisita que tive. (Que religião não é esquisita?) Era uma espécie de parábola, lenda, metáfora ou chame-do-que-você-quiser.
Sei que aprendi que Deus lava batatas colocando-as num recipiente, enchendo de água e sacudindo bem forte. Não falo de batatas Sadia congeladas que vêm picadas palito. Falo de batatas recém-colhidas, com casca e sujas de terra.
Enfim, surpresa!, Deus lava batatas como qualquer lavrador. E qualquer lavrador sabe que o que lava as batatas de verdade não é a água, mas o atrito.
As batatas vão batendo umas nas outras e a terra vai saindo, a água só carrega.
No final, estão todas limpinhas. Um ou outro ferimento nas cascas, mas melhores do que antes.
...
O Ensinamento dizia que nós somos como as batatas.
Por isso eu digo que discutir faz muito bem. E não, não virei religiosa de novo. Acho que não.
E eu adoro batatas. E metáforas.

Dia dos pais


Ontem tive um dia dos pais diferente. Passei com o meu pai. Espontaneamente.
Brilhei, não foi? Mereço uma medalha.
Mentira. Não é assim. Só que não lembro como passei os dias dos pais na minha primeira infância, quando meus pais eram casados. Depois eles se separaram e eu devia passar dias dos pais com meu pai também, porque sempre saía com ele aos domingos.
Depois mudei de cidade e parei de brincar de dia dos pais. Eu devia ter uns 11 anos.
Tentei começar o projeto “Filha” no ano passado, até liguei pro meu pai pra agendar um almocinho no dia dos pais, mas ele estava fora da cidade no dia. Acho inclusive que ele esqueceu que eu liguei no ano passado, tamanha a surpresa com que ele me recebeu.
Foi super legal o dia. Meu namorado foi, comemos um tantão, conversamos outro tantão, foi ótimo.
Como lembrado por um blog amigo, a reuniões de pais podem ir as mães, mas a reuniões de mães não podem ir os pais. Acho justo.

Claro, óbvio e evidente que dei feliz dia dos pais pra minha mãe, que é a melhor paizona ever.

Amiga de infância nº zero


Sábado fui ao aniversário de um amigo querido que conheço há mais de 10 anos. De repente chega à festa a minha primeira amiga de infância de verdade. Tipo, a primeira amiga que minha memória registrou. Éramos vizinhas e nossas lembranças remontam aos meus quase 3 anos e quase 2 dela. Porque temos quase um ano exato de diferença de idade. Um dia a menos que um ano.
Fugíamos pra casa uma da outra, dormíamos na casa uma da outra, comíamos a comida da mãe uma da outra, e isso muito antes de eu entrar pra escolinha e parar de gostar de socializar.
Nossa, o encontro foi muito bom, conversamos horrores, esquecemos o resto do povo que estava na festa – clássico. Ela foi olhando pra minha cara e bradou:
_Eu não como frutas por sua causa!
Eu:
_É? Pois eu como.
Fala sério, uma quarto de século depois, a gente continua disputando as mesmas coisas? Adooooro!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Conversa frutífera


Thiago diz (15:07): aq. to com fome!
Thiago diz (15:07): me da uma comidinha?
Janaína Pimenta diz (15:07): tenho goiaba, quer?
Thiago diz (15:07): quero
Thiago diz (15:08): é vermelha?
Janaína Pimenta diz (15:08): ó, por fora é verde
Janaína Pimenta diz (15:08): ainda nao abri nao
Janaína Pimenta diz (15:08): jaja te conto


P.S. pra ninguém morrer de curiosidade: A goiaba é branca. Era. Acabei de comer.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Adoro!


Adoro o meu peso. Não queria pesar nem um grama a mais ou a menos. Adoro comer todos os dias como se não houvesse amanhã e torcer pra que as calorias se esvaiam em atividades como risadas e dança, porque são toda a atividade física que faço. Ta, quase toda.
Adoro minhas roupas. A maioria delas é velhinha e confortável. Nunca tive roupas da moda. No principio eu não tinha escolha, porque tinha zero grana pra comprar roupa. Quando comecei a ter alguma que desse pra comprar (não que eu o faça frequentemente), minha personalidade vestuária já estava formada independente de modismos, tendendo para o sou-baranga-mesmo-e-daí.
Adoro meu nome. E o meu sobrenome.
Adoro ter a minha idade. Estou na faixa de idade que sempre sonhei (26-28 anos). Passei minha infância e adolescência esperando ter essa idade e acho que vou morrer de saudade dela depois que passar. Quantas mulheres adoram a própria idade?
Não acho que vou transpor o limiar da velhice aos 30 anos, mas temo que precisarei estar mais atenta a alguns cuidados que hoje sou super empolgada pra começar, mas indisciplinadíssima pra dar continuidade tipo tratamento de saúde, cosméticos, exercícios físicos e tal.
Tive um final de semana ótimo, pude curtir preguiça e namorar muito, apesar dos milhões de coisas que tenho pra estudar.
Finalmente assumi que estou apaixonada (já era tempo, né?), mas infelizmente não posso contar aqui que meu namorado é um amor porque ele não quer que eu fale dele no blog. E eu respeito, claro. Totalmente.
Comecei ontem minha nova coleção de Mc Hello Kitty Feliz.
Parei de roer as unhas, e elas ficarão bonitinhas assim que eu tiver tempo de fazê-las.
Thays tirou o aparelho (e eu com isso? Nada, mas claro que eu não ia deixar de fuxicar isso aqui).
Comi uma comida horrível hoje, peixe cheio de espinhos, sobremesa bonitinha-mas-ordinária, mas cheguei no trabalho e comi o melhor alfajor do mundo (isso não é força de expressão), que ganhei do amigo mais fofo de todos (também não é força de expressão).
Será que estou ficando... satisfeita?
Era só o que faltava.
Daqui a pouco não vou ter do que reclamar.