sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Antigo trabalho

Semana de mudanças drásticas. Vou falar só da parte do trabalho, que é pro post não ficar enorme (como se adiantasse...). Saí do meu antigo trabalho. Antes que comecem as piadinhas sobre como eu ficava no blog e no msn ao invés de trabalhar, digo que fui eu que pedi demissão. (E que minha chefe estava super satisfeita comigo... e que minha caixinha de reclamações não tinha nenhum papel!) Quem acompanha o blog sabe que passei num concurso público. Não foi o primeiro em que passei, mas foi o primeiro interessante, pelo qual pareceu valer a pena cortar o meu cordão umbilical com a Universidade. Sim, porque eu nunca cortei efetivamente o cordão, né. Desde 1997, quando Guanhães me exportou pro Coltec, onde eu passava os dias de semana das 7h30’ às 17h30’ e alguns finais de semana também. Formando em 1999, fiz o estágio do curso técnico lá bem pertinho do campus e vira e mexe eu almoçava lá.
Ano 2000, passo no vestibular. Adivinha onde? Lá. Entrei em 2001, fiz n estágios, muitos mesmo, em vários lugares, e o último foi nesse lugar de onde saí anteontem. Em 2006, com a formatura, o pseudo-casamento e a mudança de estado, larguei o estágio, com uma festa de despedida super pomposa, lágrimas e tudo mais. Dois meses depois, estava de volta a BH. Passei menos de uma semana procurando emprego – traumático! – e minha ex-chefe me chamou pra trabalhar lá. Com um contratinho, pois sem vinculo com a Universidade – eu tinha formado, lembra? – era impossível ser estagiária. Dois meses depois, fui formalmente contratada através de uma fundação terceirizadora. Assinaram minha carteira pouco depois de eu fazer 25 anos. Mágico, se a lei não mudar ate lá, não vou trabalhar nem um dia a mais pro governo, pois vou completar 55 anos de idade e 30 de contribuição previdenciária no mesmo ano, como reza a Constituição federal, em algum artigo entre o 37 e o 41, to com preguiça de olhar agora.
Enfim, saí.
Quarta foi meu último dia. Tarde de festa, claro. (Adoro como as pessoas manifestam a alegria da saída de um coleguinha...) Enquanto comíamos, aquela chuva monstro arregaçava os carros dos coleguinhas lá fora.
Trabalhei no último mês como nunca trabalhei nos últimos anos. Entrei lá em fevereiro de 2005. Me senti uma rena em véspera de Natal. Pelo menos consegui deixar tu-do com o que eu mexia fechado. Tudo, tudo, tudo! Limpei minha mesa, sempre cheia de papéis bagunçados. Passei tudo pra quem tinha que ter passado. Falei pra ninguém me ligar perguntando nada de trabalho (se for pra contar babados, pode, né?).
Reclamei de um dos toques barangas do celular de um coleguinha e disseram que dali a uns dias eu estaria com saudade. Disso não!
Mas vou ter saudade de montes de outras coisas:

De alguns coleguinhas, especialmente amiguinhos que fiz lá e quero levar pra sempre.

Do instant messenger institucional (juro que tinha!), que servia pra descermos a ripa nos coleguinhas presentes.

Do mundo de coisas pessoais que eu levava pra lá, brinquedos, sapatos, coisinhas, já chegando ao absurdo de misturar tanto ao ponto de achar receita médica minha dentro de processo administrativo.

De todo mundo lá conhecer as minhas calcinhas. Péra, vou explicar. Fato é que o banheiro de lá tem uma parte comum, onde ficam as pias, armários e espelhos e só depois é que vêm as portinhas de menino e menina. Só que eu costumo só ir ao banheiro quando estou ultra apertada – mooorro de preguiça – e saio correndo feito louca pelo corredor e já começo a desabotoar a calça, que é difícil. Minha calça de uniforme tinha 2 botões, um virado pra cada lado, e um zíper. Ou seja, já chegava à parte comum com meia calcinha de fora. E vira e mexe tinha alguém saindo que me olhava torto.

De correr no corredor todo dia e deslizar no final.

De tomar choque na porta e no corrimão e ouvir a piadinha mongol de que eu sou muito elétrica.

De contar um caso, rachar os bicos sozinha e depois repetir pausadamente pro resto dos mortais entender (quem fala rápido aqui?).

De parar o serviço pra comer lanchinhos no meio da tarde.

De andar com o celular preso no cós da calça. (Baranguice!) Um vez eu dei um pulo ao sentir meu celular descendo pela perna. Mini-xilique, claro. Quando todo mundo tava olhando, ele brotou perto do meu pé. Sorri candidamente e continuei a fala.

De servidor que me ligava e me estressava.

De servidor gracinha que me levava bombons e me elogiava.

Do dia que eu mandei um servidor entrar no “blog” da universidade. Algo relacionado com o fato de eu estar postando enquanto falava com ele???

De postar no blog, falar no msn, mexer no orkut, olhar meu email, atender telefone e fazer pareceres ao mesmo tempo. Meu primeiro chefe lá, que depois de um tempo virou coleguinha (eu que virei, né?) um dia perguntou como é que eu conseguia ficar mexendo com esse tanto de coisas e ainda produzir mais que ele. Eu tinha intimidade o suficiente pra dizer: “Porque você fica perdendo tempo olhando pra minha tela pra ver o que eu estou fazendo”.

De despedir de um telefonema com uma pessoa importantíssima que eu nem conhecia e nem conheceria mandando beijo.

De falar meses com pessoas de que eu só conhecia a voz, um belo dia conhecer pessoalmente e dizer: “Ó, você que é fulano???”. E claro, desconstruir a imagem que eu fazia na minha cabeça baseada na voz.

De ficar nervosa antes de falar com o reitor.

De sair da sala correndo pra rir lá fora de alguém.

De ter acesso de riso atendendo pessoas. E pra explicar que não era deles que eu tava rindo?

De ter acesso de choro ao telefone, resolvendo coisas pessoais. E como não dá pra evitar, de todos os coleguinhas participarem da vida da gente. Sala pequena...

De dividir lanchinhos.

De lanchinhos que não eram pra ser divididos. Às vezes era tudo meu – que eu mostrava antes de enfiar na boca, claro – ou só pra mim e pra Paula. Já soube de sumirem coisas de coleguinhas da geladeira, e lancei a política de colocar bilhetinhos ameaçadores nos lanchinhos, alguns prometendo amaldiçoar toda a família de quem pegasse.

De pagar língua, odiando pessoas e ficando amiguinha depois.

De quebrar a cara, babando ovo de gente que definitivamente não vale nada.

De ganhar presente super personalizado da minha chefe, que tem super fama de mauzona. Eu evitava ir à sala dela por causa do cigarro, e tinha gente que jurava que era algo com ela.

De ganhar elogio da minha chefe e zoar os colegas que não ganharam.

De criticar um projeto da mesma mauzona, embasadamente, claro, todo mundo esperar ela me descascar, mas ela concordar.

Do dia em que eu e Thays fizemos o blog. Lá no trabalho. No horário de trabalho. Do computador do trabalho, de onde saiu a maioria dos posts. Nem sei como vai ficar isso agora. Terei um estagio probatório a cumprir, né.

Foram 4 anos, a gente acaba se apegando a uma ou outra coisa. Ou a todas.
Quarta foi meu último dia de trabalho lá. Quinta passei um dia de desempregada. Se nada mudar, o último.
Tomei posse hoje na prefeitura. Virei oficialmente uma funcionária pública municipal. Tenho dez dias pra entrar em exercício. Pretendo usá-los todos. Só vou poder ver sessão da tarde de novo no final de 2009, quando terei férias. Falar nisso, semana que vem só tem filmes ruins, acabei de olhar. O melhorzinho tá quarta, Família Buscapé. Claaaro que vou ver. Preferia Lagoa Azul ou Curtindo a vida adoidado, mas se eu tivesse o poder de determinar assim as coisas, usaria para determinar outras...

3 comentários:

Unknown disse...

4 Anos é muito tempo. rs rs

Unknown disse...

aiii,
eu faço parte disso tambem...
foram quase dois anos suportando a jana...mas valeram a pena afinal com sua influencia eu consegui chegar ao nirvana da maldade.
Beijo .. ta boua?

Katylene Bismarck...

Cadê o Revisor? disse...

E isso era para o post não ficar muito grande?

Beijinho,

Pablo
http://cadeorevisor.wordpress.com