sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Lazer de pobre é... tomar um bolo pra ir à livraria


Ontem relembrei os velhos tempos. Uma parte dos velhos tempos não muito confortável de lembrar, diga-se.
Marquei com um moço um lanche no shopping. Ele fez o favor de não ir. Tá, me avisou. Em cima da hora, claro. E eu e minha chatice com horário já estávamos lá quando ele ligou.
Conviver é isso, dar chance para o outro te matar de raiva.
Normalmente eu praguejaria e ficaria de mal, puta e com ódio da pessoa, mas decidi agir polianicamente e ver o lado bom da coisa. Tinha uma hora inteirinha pra passar numa livraria!
Ah, é, a relação com os velhos tempos: num passado não muito distante, eu namorava um moço que sempre chegava atrasado. Enquanto ele me deixava esperando, eu passava muito tempo mesmo em livrarias. Por esse motivo não muito nobre, eu conhecia vários atendentes da Leitura do Shopping Cidade, por exemplo, de tanto tempo que passava lá. Inclusive li O Diabo Veste Prada todinho lá, em quatro vezes sem juros.
Então, eu, que normalmente lancho em 15 minutos ou menos, tinha uma hora só pra mim. Que lindo! Lanchei nos 15 minutos habituais e marchei pra Siciliano.
Vi que estou mesmo ficando cada dia mais pobre culturalmente. Esse tempinho sem visitas a livrarias fez com que eu ficasse maravilhada com tantos títulos inéditos para mim.
Em geral eu ia pra livraria com uma listinha mental de pelos menos uns 6 títulos/objetos de desejo e agora nem sabia o que estava vendendo direito. Aproveitei pra dar aquela panorâmica, olhando o máximo que consegui. Se bem que com minha memória de Dory, quando vejo o terceiro livro, já esqueci o primeiro. Nada grave.
Vi um livro interessante que fiquei com uma vontadinha de comprar. Não tinha um título super sofisticado. Na verdade, era o tipo do livro que eu teria vergonha de ler no ônibus ou então colocaria um post-it na capa em cima do título escrito “Leitura para fins de pesquisa”, para não queimar o meu filme. Sim, tem dias em que eu me preocupo com os outros pensam. E esse era um desses dias.
Mas vontade é assim, é só esperar um pouquinho que ela passa. Tá, nem sempre, mas ontem funcionou. Mesmo porque todo o dinheiro que eu tinha na bolsa era o de pagar um jantar a que vou no sábado. Odeio ser pobre...

5 comentários:

Adriana Rodrigues disse...

Istrudia eu cheguei no shopping às 14h30 pra ver um filme. Olhei as sessões e tinha uma 14:10h e outra 16:10h. Daí eu fiquei (tentando ficar) na livraria esperando a segunda, e tava achando ótimo (voltei com dois livros e deixei um pra trás por motivo$ pe$$oai$), até perceber que a cada 2,4 minutos aparecia um vendedor "tentando me deixar à vontade". Inferno.

Eu queria que espalhassem plaquinhas pedindo silêncio nas livrarias, além de montar postos fixos pros vendedores, ou simplesmente deixa-los uniformizados (como costumam ser), e se a gente quiser a gente vai lá e pergunta.


CAMPANHA PELO DIREITO DE PASSAR TEMPO NA LIVRARIA SEM SER IMPORTUNADO POR UM VENDEDOR: eu apóio essa idéia. Afinal, mesmo que eu não vá levar nada, eu tenho o direito sagrado e inalienável de conferir a mercadoria e ver se o custo/benefício se adequa ao meu consumo. (Também conhecido como ler O diabo veste Prada em quatro vezes sem pagar, apenas visitando a livraria...)

;O)

Janaína disse...

Maria Bonita, depois me lembre de te ensinar a cara de espanta-vendedor. Testada e aprovada. Aprendi com a Helô.

Anônimo disse...

asolutamente de acuerdo!

Unknown disse...

Eu também quero aprender essa cara. Tem alguma cara de "Por favor tire esse braço da minha cara e deixe que eu mesmo sirvo minha coca?" pra gente fazer pra garçom?

Unknown disse...

Eu tenho provas no meu celular assinadas pela Ira de que ela estava sim atrasada e talvez chegaria 10 minutos depois de marcado o encontro:

Ass: O moço (rs)