sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A esse respeito

Ideograma RESPEITO


Ontem no almoço vi um sujeito que não via havia anos, um ex-professor.
Lembrei e contei pras meninas a história de quando fui à sala dele tirar uma dúvida, graçazadeus acompanhada de Alan e Heloisa, pra minha sorte, e após o esclarecimento, quando agradeci, o palhaço disse:
_ Brigado nada, pode tirar as calcinhas.
E rachou os bicos. Acho que ele queria que entendêssemos que aquilo fora uma piada. Não achei. Odiei. Folga demais, lugar inapropriadíssimo pra piada, não éramos amiguinhos e pior, ele era meu professor. Na época não apelamos e nem fizemos nada a respeito, só nunca mais fomos à sala dele.

Anos depois, eu lia um livro. Claire, a heroína de Melancia, estava no médico fazendo seu check-up pós-natal de seis semanas:
“_ Ahn, quando posso tornar a fazer sexo? - deixei escapar de repente.
(Ora, por que perguntei isso?)
_ Bem, suas seis semanas passaram, então a qualquer momento que quiser - disse ele, cordialmente. - Poderia começar agora mesmo!
Atirou a cabeça para trás e gargalhou alto, depois parou abruptamente, enquanto visões do Conselho de Medicina e moções para que ele fosse cassado passavam pelo seu pensamento.
Há uma linha divisória muito fina entre um comportamento aceitável por parte do médico para com sua paciente e uma insinuação obscena.
Talvez o Dr. Keating ainda não tivesse captado inteiramente a diferença.”


Me deu vontade de escrever sobre respeito. Do quão fino é o limiar entre a gracinha e a falta completa de respeito, de noção, do que quer que seja.
Tomara mesmo que ninguém comente esse post, escrevi ele só pra mim mesmo.
Porque eu odeio pessoas que não sabem brincar.
Principalmente as que desconhecem os limites das brincadeiras.
E odeio quem distribui eu-te-amos ao vento.
E tambem quem acha que tem liberdade pra fazer o que quiser em relação às pessoas, por mais íntimas que pareçam.
Nem quem acha que tem direito de ficar com raiva por coisa que ele mesmo começou.
E detesto surpresas. Todas.
E estou triste e de péssimo humor.
E não quero falar mais a esse respeito.

5 comentários:

viajero disse...

Sinceramente, não esperava ter que ler essas coisas:
“Do quão fino é o limiar entre a gracinha e a falta completa de respeito, de noção, do que quer que seja.”
“pessoas que não sabem brincar” (indireta)
“desconhecem os limites das brincadeiras” (limite é uma coisa séria e sei que há pessoas que lerão esse comentário e saberão do que estou falando...)
“E nem quem acha que tem liberdade pra fazer o que quiser em relação às pessoas, por mais íntimas que pareçam” (o que quiser é bem relativo, não concorda?)
‘Nem quem acha que tem direito de ficar com raiva por coisa que ele mesmo começou’ (quem começou o que? Se quisesse discrição não comentaria nada do tipo com NINGUEM)
“E detesto surpresas” (eu também; principalmente as desagradáveis)
Não é questão de carapuça servir ou não, mas esse lance de fazer propaganda de broa de fubá e reclamar quando ganha uma de aniversário (sem referencias) é foda, não é não?
(e o pior é gente falando mal de quem fez a broa... se não gosta, não enche o saco!)

Janaína disse...

Nao to falando de respeito? Encerrei o post com "nao quero falar mais a respeito" e meu pedido nao foi respeitado.
Mas vou ser menos totalitaria (mesmo porque infelizmente eu tenho outras atribuicoes que nao vigiar esse blog nao moderado) e nao vou deletar os comentarios. Claro, se eles me ofenderem ou a qualquer pessoa de que gosto - um monte de gente - terei que ser implacavel, como ja avisei.

Ah, e detesto broa de fuba.

Caio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caio disse...

É sempre bom desabafar, né?!

Mas relaxa porque isso NÃO VAI MAIS ACONTECER!

E você não vai mais precisar fazer posts tão "desnecessários"... -> e que isso seja lido como uma opinião e não um desrespeito.

viajero disse...

a diferença entre opinião e desrespeito está na cabeça de quem lê...