terça-feira, 23 de outubro de 2007

Visitas


Recebi umas visitas que eu esperava havia muito, muito tempo. Assim, umas três semanas, mas é que pra esse povo ansioso, isso é uma eternidade. Dizem.
Tudo começou assim (tudo = preparativos para o jantar): minha tia, não aquela que me deu o cano com os bombons, mas a outra, bastante confiável, se propôs a fazer um prato de que gosto muito. O problema era: quando esse prato seria feito. Pra quem não sabe, eu nunca almoço em casa, só aproximadamente 2 vezes por mês, mais ou menos domingo sim outro não, e em geral não janto, em lugar nenhum. Se bem que ultimamente tenho desfrutado da Cozinha Maravilhosa da Tia Célia, trazendo marmitinhas para o trabalho regularmente.
Enfim, não é todo dia que fazem um dos meus pratos preferidos, e isso era motivo de comemoração. Então começamos a pensar num dia em que dava pra ela fazer e eu comer. Difícil tarefa. Nem tanto antes de eu ter a brilhante idéia:
_Posso chamar uma pessoa?
_Pode, ué.
_Posso chamar duas?
_Pode.
Iei!!!!
Pensei logo em duas pessoas muito, muito, muito queridas, que eu já queria há um tempo que viessem a minha casa. Um moço e uma moça. Não, não vou identificá-los aqui. Melhor não. Questão de segurança e tal.
Se o jantar fosse só pra mim, já seria difícil conseguir um dia. Agora sendo pra nós 3, só poderia ser uma sexta-feira. Ah, e claro, só depois das 22h, pois minha aula de dança de sexta acaba as 21h30.
Comecei ligando pro mais difícil de conseguir marcar alguma coisa: o Moço. Isso era dia 23/09. No início pareceu fácil. Mal sabia eu:
_Quer vir jantar na minha casa na sexta?
_Tá.
!
No dia seguinte ele já desmarcou. Motivos até nobres, mas ainda assim não gostei, claro. Sexta seguinte, 05/10, ele também não podia. 12/10 eu é que não podia. Marcamos pro dia 19. Falei com a Moça. Ela também podia, mas passei todo esse tempo esperando um dos dois desmarcarem. Por isso eu digo que insegurança é para os fracos.
Na semana do evento, soube que nenhum dos dois comia o prato principal do cardápio: carne suína.
Meu primeiro impulso foi mudar o cardápio, mas Algo me disse: “Mas o motivo do jantar não era comer costelinha, gente?”. Algo sempre sabe das coisas. Comecei então a pensar numa outra carne que desse certo com o resto dos acompanhamentos. Pensei em frango. Antes de avisar minha tia, cuidei:
_Frango vocês comem, né?
Ufa.
Na véspera, tratei de confirmar. Se eles não fossem, eu ia morrer e minha tia ainda ia me matar. Confirmaram, mas só acreditei mesmo na hora.
Chegamos lá em casa e já estava tudo pronto. Diliça. Ajudei pelo menos a pôr a mesa, né, pra não parecer que eu tava explorando a boa vontade da minha tia. Não muito.
Servimos porquinho e bife de frango. Comi pouco, excepcionalmente, e acho que foi porque estava ansiosa e preocupada com as visitas. Mas minha tia me ajudou muito a lhes fazer sala.
Achei muitíssimo agradável, gostei um monte, conversamos bastante, sobre várias coisas. Quero repetir a dose assim que possível.
Não teve nenhuma sofisticação, nada chique, nada diferente, mas adorei.
Minha prima, que já estava dormindo quando chegamos, teve que levantar pra ver as pessoas de quem eu tanto falo. Ela não podia também deixar escapar a oportunidade de tentar queimar o meu filme com eles com frases do tipo:
_Moço, sabia que ela é apaixonada por você?
(Que vaca!) E ele:
_Sabia.
É por isso, tá vendo?

Nenhum comentário: