terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A incrível rúcula


Fernando voltou. Lindo. Preto. Bem humoradíssimo. E o melhor, topou ir tomar café comigo antes da aula dele!
Conversando sobre nossas viagens, vimos quanta coisa elas tiveram em comum. Não os fatos, claro, mas a nossa percepção deles. Muita coisa parecida.
Achei legal, muita coincidência, já sabia que a gente tinha um monte de coisas em comum. Uma hora eu resolvi falar da rúcula:
Eu: Por que será que eu tenho a impressão de que a única pessoa do mundo que odeia rúcula sou eu?
Ele: E eu!
Eu: Sério, você odeia rúcula? Mas, gente, todo mundo ama rúcula! Sempre que vou pedir pizzas, qualquer que seja o grupo de pessoas, uma obrigatoriamente é de rúcula, porque todo mundo, exceto eu, ama!
Ele: Eu odeio. Rúcula é um monte de... capim!
Ai, que delícia!
Que delícia não o Fe odiar rúcula, mas ele me entender, ele ser tão parecido comigo.
A incrível rúcula desencadeou uma sucessão de insights em mim. Antes eu tinha muito medo de gente parecida comigo (não, gracinhas bobas, não me acho desprezível... a maior parte do tempo, não). Mas eu tenho plena consciência da minha chatice.
Uma chatice saudável, muitas vezes, é fato. Não dá pra achar tudo e todo mundo legal, há que se ter alguns princípios e ser fiel a eles.
Enfim, Fernando é muito parecido comigo e eu gosto dele! Como é que pode?
É bom olhar pra uma coisa e pensar: “Ele gostaria disso... mas como eu sei? Porque eu gostei!” É mágico!
É bom quando ele faz uma coisa que totalmente me irrita, e eu falo; “Não é possível que eu faço isso!... Tá, eu faço, mas vou tentar maneirar, porque estou vendo agora como faço os outros se sentirem com relação a isso”.
E quando vejo uma característica que eu julgava neutra e penso: “Gente, isso é tão legal... e eu também tenho!”
Fundamental para o meu auto-conhecimento.

Dica 1: arrumem amigos parecidos com vocês.
Dica 2: não fiquem ambos mal-humorados no mesmo dia.

Há um tempão eu pensei em escrever pra ele sobre a vontade de mordê-lo que eu sinto. Você já se sentiu tão próximo a uma pessoa que tem vontade de englobá-la? Algo meio assim: ficar junto, estar perto, passa a ser pouco e você precisa senti-la com todos os sentidos. A proximidade convencional permite ver, ouvir, tocar e sentir o cheiro da outra pessoa, mas nada que se pareça com uma experiência gustativa. Algo me faz achar que é a única coisa que falta para uma interação completa.
Portanto, Fe, não se assuste se qualquer dia eu te der uma mordida... Tá bom, mordida pode doer. Lambida, pode ser?

6 comentários:

Unknown disse...

Você é doida...

Janaína disse...

Nunca te enganei.

viajero disse...

pois eu reclamos os créditos deste post; era para ter falado, também, do domingo no MC Donald's, enquanto devoravamos nossos health sanduiches com sua puka nova...

aliás, quem lambe é gato!

Quem sou eu disse...

Eu já mordi hahahahah

Unknown disse...

Gau...
C me desculpa. VC ME MORDEU!? QDO? Não me lembro desse episódio não. Devo ter ficado muito PUTO INTERNAMENTE e ignorado a atitude porque eu ODEIO esse tipo de brincadeira. Sou capaz de ficar inimigo da pessoa.E outra: me morder e não morrer com meu veneno? Estranho...

Janaína disse...

Por isso eu digo que vai ser uma lambida...
Brincadeirinha...