quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Porto Seguro – Parte 1: A ida



Já tinha contado aqui que iria pra praia, né? Pois é. Fui convidada pra ir pra casa de uma amiga que adoro, a Ju. Depois falo melhor dela.
Enfim, tive a brilhante idéia de ir de ônibus. Estava meio relutante a essa idéia no início, mas me enchi de coragem quando descobri que teria a companhia da Renatha pra viagem de 16h. Renatha é outra pessoinha que já me parecia bacana – eu ainda não a conhecia muito bem – e de que vou falar depois também.
Fato é que minha burrice não tem limites e comprei a minha passagem e a da Renatha com um delay de 2h. Claro que eu jurava que as duas eram pro mesmo horário, óbvio, não conferi nada e entreguei a passagem dela. Isso foi quase um mês antes da viagem.
Conversamos várias vezes sobre a viagem, algumas vezes comentamos sobre o horário, no dia anterior inclusive. Estou lá eu no dia da viagem, preparadíssima para viajar as 17h30, conforme constava da minha passagem, e recebo a seguinte mensagem da Renatha:
“Nosso ônibus é 19:30, certo?” Jesus! Já eram quase 15h quando descobrimos a diferença e já não dava mais tempo pra trocar. Fiquei puta demais. Comigo, claro.
Fui sozinha. Ia chegar a Porto Seguro no dia seguinte as 9h30 da manhã e Renatha às 11h30, que droga.
Inda bem que meu ônibus deu uma atrasadinha e chegamos com só uma hora de diferença. Inda bem, porque a Ju, Samira e Isabella foram nos pegar na Rodoviária. Daqui a pouco eu vou falar de todo mundo.

A viagem
Entrei no ônibus com aquela minha posturinha habitual de “não vou conversar com ninguém” ao mesmo tempo em que torcia para que a poltrona ao meu lado viajasse vazia.
Entra uma mãe com sua filha de uns 30 anos pela mão. Olha pra minha cara (Me-do!):
_ A poltrona dela é a da janela.
Putaqueopariu. Tava demorando.
Eu: Não é não, a da janela é a minha, a ímpar.
A filha, com voz meio enrolada: Deixa, mãe, eu prefiro o corredor mesmo.
Transformação facial na cara da mãe. Tentei não olhar. Fixei os olhos na tela do meu celular, mas não adiantou. A mulher falava comigo, toda simpatia (finge):
_ Aqui, dá uma olhada nela pra mim na viagem, tá?
Claaaaaaaaaaaaaaaaaaro que não, vou é dormir, minha filha! Mas como sou uma franga, falei: Ahã...
Só entao notei que a menina era deficiente mental. Que tipo de mãe desnaturada deixa a filha deficiente viajar sozinha? Ela:
_Faz o seguinte, me passe o número do seu celular.
Eu, com o celular na mão, não tive jeito de não dar. Até pensei em jogá-lo pela janela e falar “não tenho”, mas ia dar um trabalhinho tirar o chip no meio desse processo. Dei a porra do número. Ódio!
A mãe desceu. Ficou a filha. Doooida pra conversar... comigo... a 525 decibeis... nem eu roncando ela desconfiava.
Falou o nome dela. Tinha 5 sílabas, mas gravei só as 2 primeiras: Rose. Ah, não, outra Rose na minha vida? Lembram o nome da fiadaputa que aleijou minhas sobrancelhas? Pois então.
A Rose quis me apresentar o roteiro da viagem, saber minha profissão, o que eu ia fazer em Porto, etc e tal, a despeito dos meus roncos. Depois me ofereceu uma batatinha, outra batatinha, uma bala, outra batatinha, aí eu encostei a cabeça na poltrona da frente e ela me disse que ia fazer mal pra minha coluna, aí eu consegui finalmente dormir, mesmo com ela falando, mas ela me acordou porque chegou a parada. Inferno!
Quero deixar claríssimo aqui, antes que alguém tome as dores, que não tenho nada contra os deficientes mentais. Inclusive estou me surpreendendo com um trabalho de dança de salão com um deles, qualquer dia eu conto aqui.
Não gosto é de falar com estranhos, nem de passar a noite em claro, nem que não me deixem dormir. E nem de pessoas de tamanco, mas não vou entrar nesse mérito.

(Continuo depois...)

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